A Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) defendeu nesta semana (17), junto à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a necessidade de alteração no projeto de ampliação da capacidade da ponte da pista norte da BR-101 sobre o rio Itajaí, a fim de viabilizar a Hidrovia do Rio Itajaí-Açu.
Pelo projeto atual, seria construída uma estrutura paralela à atual, adicionando duas faixas de rolamento da via marginal. Porém, esta solução representa um entrave à navegabilidade de embarcações maiores no rio Itajaí, que pode ser uma alternativa importante para ajudar a destravar a logística na região.
Como aponta a FIESC, a ponte sentido Norte, mais antiga, tem pilares muito próximos e com alinhamento diferente dos da ponte sentido Sul, mais nova. Este cenário limita o trânsito de embarcações na via fluvial, que tem potencial para ligar Blumenau ao mar.
Por isso, a FIESC defende a derrocada da ponte velha e a construção de uma nova no sentido Norte, já com maior capacidade e pilares alinhados corretamente. Isso permitiria, além de ampliar a capacidade da BR-101, viabilizar a Hidrovia do Rio Itajaí-Açu.
Hidrovia do Rio Itajaí-Açu
De acordo com levantamentos técnicos, ela possui potencial de até 70 km de via navegável, desde Blumenau até a foz do rio, na altura dos Portos de Navegantes/Itajaí. Nos 12 quilômetros finais poderia, inclusive, receber embarcações de maiores dimensões do que as barcaças. Seria, portanto, uma alternativa para auxiliar no escoamento da produção de uma região de intensa atividade industrial, que não deve ser inviabilizado pelo projeto da ponte.
O presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, elenca três argumentos centrais para defender a nova ponte:
É investimento estratégico, pela proximidade de um dos mais importantes complexos portuários da América do Sul;
A duplicação da BR 470 resultará em maior movimentação de um corredor que, em conjunto com a BR 282 (SC), permite o escoamento da produção do Oeste de Santa Catarina, do Alto e Médio Vale do Rio Itajaí com destino ao mercado internacional;
Além da atividade industrial, vários armazéns e recintos alfandegados no entorno passariam a ter melhores condições logísticas.
O documento enviado à ANTT pede ainda celeridade na avaliação da proposta enviada pela concessionária da BR-101 no mês passado. O projeto da Arteris Litoral Sul especifica uma série de obras para aumento da capacidade da rodovia entre os quilômetros 105,6 (Penha) e 129,3 (Itajaí), em ambos os sentidos. O comprometimento dos níveis de serviço são apontados desde 2017 e tem se agravado.