O auxílio emergencial foi criado para ajudar pessoas que estão enfrentando dificuldades financeiras durante a pandemia do novo coronavírus. Um levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU), no entanto, revelou que 620 mil pessoas, inclusive mortos, milionários e detentos, receberam o benefício do governo federal sem ter direito. O órgão alertou que se esses pagamentos não forem interrompidos, podem gerar um prejuízo superior a R$ 1 bilhão ao Brasil.
O documento do TCU tem 32 páginas e ainda será apresentado aos demais ministros. Nele, os fiscais detalham as irregularidades encontradas no primeiro mês de pagamento do benefício, ou seja, abril.
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Fraudes no auxílio emergencial
De acordo com o relatório 50.228.253 receberam o auxílio emergencial, totalizando R$ 35,8 bilhões em repasse. Desses, 235.572 eram empresários e não microempreendedores individuais.
Também foram pagos 15.850 auxílios a pessoas com renda acima do limite do programa. Entre eles a foragida da Justiça Márcia Oliveira de Aguiar, esposa de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro (Republicanos).
Parentes de políticos também estão entre os agraciados do auxílio emergencial de forma irregular. É o caso da esposa de um vereador em Santa Maria do Herval, no Rio Grande do Sul.
De acordo com o TCU, 17.084 pessoas mortas sacaram o dinheiro. Além disso, há fortes indícios de que 7.046 beneficiários estão presos e também receberam o auxílio emergencial sem direito.
Também se deve registrar o volume de pessoas que deram o exemplo. De acordo com o Ministério da Cidadania, 47,7 mil pessoas que não se enquadravam nos critérios devolveram o dinheiro, gerando uma economia de R$ 39,6 milhões. O Ministério também resolveu suspender o pagamento de 600 mil benefícios entre a primeira e a segunda parcela do auxílio, após a constatação das irregularidades.