A Celesc, maior empresa pública de Santa Catarina, com mais de 60 anos de atuação no mercado energético, apresentou ontem pela manhã o resultado de mais uma chamada pública de seleção de projetos de inovação e de eficiência energética. No total, serão investidos R$ 96 milhões em 11 projetos que visam ampliar a eficiência energética (R$ 13,9 milhões) e em 18 projetos de Pesquisa e Desenvolvimento (R$ 82,7 milhões), com soluções que vão desde uma plataforma robotizada para o transporte de transformadores em espaços de difícil acesso, projeto da Universidade Federal (UFSC), até o desenvolvimento de um aerogerador (energia eólica) com tecnologia totalmente nacional, projeto da WEG em parceria com a Engie. Só nesta proposta a Celesc vai investir R$ 30 milhões. Em contrapartida, terá o status de sócia, ou seja, deve colher resultados. O presidente da companhia explicou que os projetos foram selecionados por um conselho técnico da própria Celesc, seguindo critérios da Agência Nacional de Energia Elétrica, a Aneel. Trata-se do maior volume de recursos anunciado de uma só vez no estado para investimentos em inovação. Parte dos recursos aplicados em eficiência energética vai para sete prefeituras, um hospital, duas fundações universitárias e uma empresa. No caso das prefeituras, o investimento feito pela Celesc será a fundo perdido. Ou seja, dos R$ 9,5 milhões, R$ 8,2 milhões serão financiados pela Celesc sem que as prefeituras tenham que devolver o valor.
Da Energia para o Turismo
O governador Eduardo Moreira, na foto com o presidente da Celesc, Cleverson Siewert. Participou no ato de lançamento de investimentos em inovação da Celesc. Ele manifestou que a companhia está no caminho certo, uma vez que inovação e sustentabilidade são essenciais para a economia e para a sociedade. Hoje pela manhã Moreira já viaja para a Argentina. Participa da abertura da Feira Internacional de Turismo da América Latina, em Buenos Aires, o maior evento do setor no continente. Participam 45 países e devem circular pelo evento pelo menos 200 mil visitantes. O governador terá a companhia do ministro do Turismo, Vinicius Lummertz, e do secretário estadual da área, Valdir Valdir Walendowsky. Santa Catarina estará presente com cerca de 100 expositores e representantes o setor. Na última temporada de verão a Argentina foi novamente o país maior emissor de turistas para Santa Catarina – 1,2 milhão -, consolidando a posição de maior parceiro econômico do turismo do estado. Entretanto, com a crise econômica que vem se agravando no país vizinho, há receio de uma queda no número de visitantes. “Nós vamos lá para vender Santa Catarina, para atrair os visitantes de lá. Vamos mostrar que os receberemos de braços abertos e que precisamos deles aqui”, adiantou o governador. A intenção é mostrar que ficar pelo Sul do Brasil é tão bom quanto ir para o Nordeste, com a vantagem de ser mais perto e, portanto, com custos de viagem menores.
Dia puxado A declaração de voto e apoio do candidato ao governo do Estado Gelson Merisio (coligação Aqui é trabalho) ao candidato do PSL à presidência da República, Jair Bolsonaro, causou uma agitação nas redes sociais e nos bastidores da política catarinense. De olho nos votos que pode receber dos eleitores de Bolsonaro no segundo turno, Merisio deve ter feito a conta e concluído que perder o apoio do PDT, por exemplo, que tem Ciro Gomes disputando o Palácio do Planalto, ainda seria vantagem. Afinal de contas, de acordo com a pesquisa RIC/Fecomércio/Real Time Big Data divulgada pela ADI-SC e pela Adjori-SC no início da semana, mostra que os bolsomitos já passam dos 40% por aqui, enquanto os eleitores de Ciro Gomes chegam a apenas 5%.
Em tempo Pelo menos por enquanto, o PDT-SC permanece na coligação Aqui é trabalho, justificando que a posição de Merisio foi pessoal
E Colombo? O candidato ao Senado da mesma coligação, Raimundo Colombo, nunca escondeu seu favoritismo por Geraldo Alckmin, do PSDB, que também não decola nas pesquisas, sejam estaduais ou nacionais. A Coluna Pelo Estado tentou contato com ele para saber se também vai embarcar na onda Bolsonaro, mas até o fechamento desta edição não obteve resposta. De acordo com a assessoria de imprensa, Colombo estava no interior do estado em atividades de campanha.
Crise de identidade Quem também fica em situação bastante desconfortável com a decisão de Merisio é a candidata a deputada federal Angela Albino, do PCdoB. Seu partido faz parte da grande coligação em torno da candidatura do pessedista ao governo estadual. Mas ela, pessoalmente, tem firmado posição contra Bolsonaro na campanha das mulheres que tem como marca o #EleNão. A nota lançada pelo PCdoB ontem à tarde fala apenas em “divergência”, mas não em sair da coligação. E firma posição pró-candidatura do PT à presidência, encabeçada por Fernando Haddad. Uma grande confusão ideológica difícil de ser entendida pelo eleitor.