Pesquisadores catarinenses farão live para explicar vacina contra covid-19 em desenvolvimento no estado

Professores do  Laboratório de Imunologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) que trabalham  com uma equipe de aproximadamente 30 pesquisadores do Brasil e do exterior para desenvolvimento de uma vacina contra o novo coronavírus a partir de uma recombinante da BCG, já conhecida no país para prevenção da tuberculose, falarão sobre o tema nesta quinta-feira, 30, às 17h.

O evento é promovido pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina (Fapesc) que convidou os pesquisadores André Báfica e Daniel Mansur para conversar diretamente com os catarinenses para anunciar os avanços da pesquisa e tirar dúvidas.

O projeto já está em execução e ganhará um reforço da Fapesc, com duas bolsas de pós-doutorado. Os dois bolsistas atuarão na área de engenharia genética para associar as bactérias, que já servem para imunizar contra tuberculose, aos genes sintéticos do coronavírus. A ideia é gerar proteção simultânea contra as duas doenças.

A expectativa dos pesquisadores é de ter em seis meses um vetor vacinal. “Já temos trabalhado com vacinas, com desenvolvimento. Temos experiência com imunógenos de tuberculose e de dengue”, destaca o professor André sobre as atividades realizadas no laboratório de imunologia.

Para assistir a live, basta acessar facebook.com/fapesc.gov ou youtube.com/fapescgovsc. Os comentários com as perguntas serão lidos ao vivo. Também participam da transmissão a equipe técnica da Fapesc, como o diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação, Amauri Bogo, a gerente de Ciência e Pesquisa, Deborah Bernett, e a coordenadora de projetos Ana Paula Carneiro.

“Queremos dar visibilidade às pesquisas realizadas em Santa Catarina. Essa é uma importante ferramenta para que possamos mostrar para a sociedade uma parte do trabalho realizado pela comunidade científica, que produz além de conhecimento, importantes soluções e tecnologias que vão impactar no nosso dia a dia. Esperamos que o resultado seja muito positivo e que as pessoas participem”, comenta o presidente da Fapesc, Fábio Zabot Holthausen.

Destaque na biotecnologia

O professor André Báfica é um dos defensores de que Santa Catarina tem potencial para se tornar uma referência em biotecnologia e condições de sair na frente em muitas pesquisas. O parque tecnológico já desenvolvido no Estado junto com os profissionais capacitados são um estímulo à inovação, segundo o pesquisador.

O desafio agora é atrair investimentos já que o desenvolvimento de produtos para a área de saúde, como vacinas, medicamentos ou mesmo testes como os usados para detectar os casos de Covid-19, demandam recursos.

Um exemplo é a vacina em desenvolvimento na UFSC. A pesquisa recebeu inicialmente R$ 1,7 milhão em edital do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), além das duas bolsas de pós-doutorado da Fapesc. Mas precisará de mais recursos para os testes clínicos.

André defende que o maior ganho nesse tipo de pesquisa é a tecnologia que se desenvolve aqui. Assim, é garantida a produção de vacinas nos laboratórios brasileiros, sem a necessidade de importar os produtos. Além, é claro, da geração de empregos no país.

Investimentos contra Covid-19

Ao todo, a Fapesc está investindo R$ 1,2 milhão em 15 bolsas. São nove de pós-doutorado e seis mestrado, destinadas também a outros cinco projetos de combate à Covid-19 em Santa Catarina. O resultado dos projetos aprovados pode ser acessado em www.fapesc.sc.gov.br.

É o segundo investimento no combate à doença em 90 dias. Já foi destinado outro R$ 1 milhão para 10 projetos de pesquisa e produtos de ação imediata contra a doença. Um deles resultou na ativação de um laboratório para testes de Covid-19 na Serra catarinense, reforçando os trabalhos do Laboratório Central (Lacen) e da saúde pública. Além de testes com a vacina da poliomielite para imunizar e atenuar os efeitos da doença.

A gerente de Ciência e Pesquisa da Fapesc, Deborah Bernett, reforça que a fundação atua sempre em parceria com a comunidade científica catarinense, especialmente nesse momento de pandemia. “Fazemos reuniões diárias com os pesquisadores, bolsistas, empresários apoiados pela Fapesc. Além de toda a comunidade de Ciência, Tecnologia e Inovação (CTI). Isso nos ajuda a desenvolver o trabalho de modo relevante e equitativo na direção dos desafios da sociedade catarinense. Fazemos isso com uma visão contemporânea e mais sustentável de gestão pública”, afirma.