Lotação: Classe médica quer tratamento precoce para covid-19; Estado entrega mais respiradores

O novo coronavírus fez a capital de Santa Catarina chegar a 90% de ocupação nos leitos de UTI nesta segunda-feira, 6. No momento, somente 21 leitos estão disponíveis para atender pacientes da covid-19 e outros atendimentos. Preocupados com a rápida evolução da infecção e da necessidade de internação hospitalar na cidade e no estado, mais de 200 médicos de Santa Catarina reagiram pedindo tratamento precoce da covid-19 às autoridades.

Em carta aberta, enviada no ao governador Carlos Moisés (PSL), ao secretário da saúde, André Motta Ribeiro, a prefeitos e secretários de saúde dos municípios catarinenses, eles dizem que os hospitais estão trabalhando no limite de suas capacidades, tanto com pacientes por covid-19 como de outras patologias.

Além disso, eles se declaram convictos de que a situação vai piorar, com lotação dos hospitais públicos e privados e a possível falta de medicamentos para manter o paciente em ventilação mecânica, como sedativos e relaxantes musculares.

O governo do estado também reagiu ao anuncio de superlotação das UTIs e entregou 27 ventilados pulmonares para aumentar a capacidade dos hospitais da Grande Florianópolis. Nove ventiraladores foram para o Hospital Florianópolis, seis para o Hospital Nereu Ramos e outros 12 para o Hospital Regional de São José. Eles pertencem ao último lote dos 500 respirados comprados junto à empresa WEG.

Foto: Ricardo Wolffenbüttel/Arquivo/Secom

Por que os médicos defendem o tratamento precoce da covid-19?

Os médicos defendem a implantação do tratamento precoce da covid-19 para reduzir a necessidade de internação hospitalar. Eles estão amparados em estudos favoráveis ao tratamento precoce da doença com aplicação de uma série de drogas.

Abaixo, veja as drogas defendidas pelo grupo de médicos nos tratamentos de covid-19:

  • Hidroxicloroquina ou cloroquina;
  • Ivermectina;
  • Azitromicina;
  • Zinco;
  • Vitamina D;
  • Vitamina C.

A carta também faz alusão ao Conselho Federal de Medicina. A entidade editou o parecer CFM 04/2020, onde reconhece que “Diante da excepcionalidade da situação e durante o período declarado da pandemia, não cometerá infração ética o médico que utilizar a cloroquina ou hidroxicloroquina, nos termos expostos, em pacientes portadores da covid19”.

Os médicos também recorrem a publicação de uma nota do Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina, em 29 de junho, que diz: “… no intuito de oferecer alguma terapêutica para evitar o agravamento da covid-19, alguns protocolos vêm sendo utilizados, levando em consideração a fisiopatologia da doença…” “…Tais protocolos de tratamento, desenvolvidos de forma empírica por médicos na linha de frente, vêm apresentando relatos de evolução favorável com redução na necessidade de internação hospitalar e óbitos.”

O pedido para a Secretaria de Saúde

O grupo de médicos também fez um pedido específico a Secretaria do Estado de Saúde de Santa Catarina, ou a cada município do Estado: a instituição de um comitê de médicos que estão na linha de frente do combate à doença para elaborar um protocolo que viabilize o tratamento precoce da covid-19 e o tratamento preventivo dos contatos. 

Eles ressaltam, ainda, que o tratamento precoce não substitui ou exclui as medidas de distanciamento social. Por fim, os médidos pedem o apoio do Governo Estadual para a adoção das medidas, resguardando a autonomia médica e para que toda a população possa ter acesso garantido às medicações propostas.