Linhas de fomento à inovação para Chapecó e região

Linhas de financiamento à inovação foram apresentadas durante o Circuito Santa Catarina de Fomento para Inovação – etapa Chapecó. O evento foi promovido pela Federação das Indústrias (Fiesc) e Instituto Euvaldo Lodi (IEL/SC) e integrou a programação da transferência simbólica da Fiesc para a região Oeste. Foram apresentadas fontes de fomento do SESI, Senai, BRDE, Embrapii, Finep e Badesc.

O presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, salientou que a inovação é uma das portas para a inserção das indústrias no mercado global. “O primeiro passo é criar uma cultura organizacional de inovação e é isso que estamos construindo em Santa Catarina quando falamos nos ecossistemas de inovação, ou seja, a união de empresas, setor público, academias e institutos de pesquisa.” A Federação participa desse trabalho em várias frentes. Uma delas é por meio da rede de institutos de inovação e tecnologia do Senai que prestam serviço e consultoria, metrologia e desenvolve projetos em parceria com as indústrias, e o Centro SESI Inovação desenvolve tecnologias focadas na melhoria da saúde, segurança do trabalhador e do ambiente de trabalho. Outra frente é o IEL que contribui com as empresas no desenvolvimento de inovação em programas de gestão.

O gerente do BRDE para a região Oeste, Paulo César Antoniollo, explanou sobre linhas de financiamento com ênfase em inovação. O banco tem foco nas micro, pequenas e médias empresas inovadoras. Entre os programas de financiamento estão o BNDES MPME Inovadora, FINEP Inovacred e BNDES Fundo Clima. No fim de 2013 foi criado o programa BRDE Inova e, desde então, financiou 300 empresas, totalizando R$ 476 milhões nos três Estados do Sul. Desse montante, 40% foram financiamentos a empresas e projetos catarinenses. A região Oeste foi responsável por 22%, ocupando o segundo lugar nas contratações do Estado. “Esses números são mérito de uma ação conjunta que queremos fortalecer cada vez mais”, salientou Antoniollo.

As vantagens da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) foram expostas pelo engenheiro Álvaro Abackerli. De acordo com ele, a entidade mantém várias parceiros para facilitar o investimento de empresas. A negociação, contratação e execução dos projetos ocorre entre empresas e a unidades Embrapii. Todos os projetos contratados têm seus recursos assegurados na contratação e podem participar empresas de todos os portes. Abackerli destacou que o modelo de atuação da instituição permite agilidade, flexibilidade e risco reduzido no apoio a projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação, sendo que os recursos já estão disponível nas unidades Embrapii, sem burocracia. “O fluxo é contínuo: a qualquer momento a empresa pode desenvolver projetos financiados pelo órgão, ou seja, sem a necessidade de esperar um edital específico”, frisou.

A coordenadora de Núcleo do Instituto Senai de Tecnologia, Gabrielle Chiarani, apresentou o Edital de Inovação para a Indústria 2018. A iniciativa é do Senai, SESI e Sebrae e vai investir R$ 55 milhões para o desenvolvimento de projetos em empresas industriais de todos os portes, incluindo startups de base tecnológica. “O edital valoriza a prática, financiando o desenvolvimento de novos produtos, processos e serviços inovadores”, comentou. São cinco categorias no edital e empresas de qualquer porte podem se inscrever.

As linhas de financiamento para inovação da Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina (Badesc) foram apresentadas pela analista de fomento da instituição, Tânea Mara Citron. São disponibilizadas fontes de recursos do BNDES, Finep e recursos próprios. A linha Inovacred Expresso financia empresas inovadoras no valor de até R$ 200 mil, o Inovacred investe em projetos inovadores de até R$ 10 milhões e o Inovacred Conecta apoia a Cooperação Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação (ICTs) e empresas com projetos também de até R$ 10 milhões. Outras linhas de financiamento são o BNDES Automático, Badesc Fomento, BNDES Finame e Badesc Energia.

O diretor regional Sul da Finep, João Florêncio da Silva, esclareceu as possibilidades de financiamento do órgão que leva em consideração para aprovação dos projetos seu grau de inovação e a relevância da inovação. Florêncio explicou que a Finep atua principalmente em três frentes de suporte à inovação: subsídios e recursos não reembolsáveis – por meio de editais e chamadas públicas, financiamento direto e por meio de agentes como o BRDE, e ainda investimento em participações em empresas diretamente e via fundos de investimento. “A Finep atende diretamente empresas com projetos acima de R$ 10 milhões, abaixo desse valor o atendimento é por meio de parceiros”, comentou.

Cases de sucesso

Durante o evento foram apresentados dois cases de empresas que investiram em inovação. Uma delas é a Pioneiro Ecometais l. O empresário Vinicius Ferreira apresentou o projeto de pirólise de pneu, um sistema de conversão térmica de decomposição dos hidrocarbonetos presentes na borracha dos pneus inservíveis, cujos produtos derivados são o óleo de pirólise, carvão, ferro e gás metano combustível. O processo é uma tecnologia de produção ambientalmente correta, pois atua com ciclo sustentável, sem emissão de gases tóxicos e geração de resíduos para o meio ambiente.

O fundador e diretor da Ervateira Catanduvas, Ederli João Picinatto, e o engenheiro da Qprime, Luis Cisterna, apresentaram uma tecnologia inovadora para secagem de erva-mate. Picinatto salientou que a empresa sempre buscou uma maneira inovadora de secagem do produto que fosse mais limpa e eficiente para exportação. Após diversas análises, em 2017 decidiu investir em uma máquina com tecnologia de secagem totalmente limpa.

(Da Assessoria de Imprensa)