Deputadas querem observatório da violência contra a mulher em Santa Catarina

A Bancada Feminina da Alesc tem uma nova bandeira: a criação do Observatório Social de Violência Contra a Mulher em Santa Catarina. O projeto tem amparo em uma lei aprovada e sancionada em 2015, mas que não foi implementada ainda.

As deputadas fizeram o anúncio em uma reunião virtual na última sexta-feira, 19, proposta pela deputada Luciane Carminatti (PT). O intuito das parlamentares é criar mais uma ferramenta no combate à violência contra a mulher em Santa Catarina.

A ideia é que um grupo de trabalho seja montado com mulheres de diversas instituições, como Legislativo, Executivo, Ministério Público, universidades e entidades de proteção da mulher.

Carminatti defendeu que o observatório social seja como um guarda-chuva abrigando dados, análises e proposições. Também deve se tornar uma importante referência para orientar políticas públicas de combate à violência e outras áreas.

Números da violência contra mulher

Na reunião, foi destacado o crescimento dos casos de violência contra a mulher em Santa Catarina nos últimos anos. Em 2019, 50 mulheres foram mortas, 40% a mais em relação a 2018.

Neste ano, um levantamento do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, com dados da Polícia Civil, aponta que até maio, aconteceram 21 feminicídios em diversas regiões do estado. Ou seja, em meio à pandemia de coronavírus, a violência contra a mulher continua.

Também é possível que alguns casos de violência doméstica tenham passado despercebidos por falta de um sistema integrado compilando as informações.

Participaram do encontro, ainda, a ex-deputada Ana Paula Lima (PT), que propôs a criação do observatório, a delegada de Polícia Civil, Patrícia ZimmermannCoordenadora das delegacias de proteção à mulher de Santa Catarina.

A Secretária de Estado do Desenvolvimento Social, Maria Elisa de Caro, também participou da reunião. Segundo ela, a Secretaria está desenvolvendo uma plataforma de Power BI, com dados de 2017 a 2019. 

Ela também concorda que é preciso avançar e alinhar os dados entre as instituições. Maria Elisa, inclusive, demonstrou interesse em coordenar a implantação do observatório de violência contra a mulher em Santa Catarina.