Panela de pressão
Parece que nem o aceno feito com a liberação do comércio ajudou a esfriar a relação entre o governador Moisés (PSL) e o parlamento catarinense. E se por um lado Moisés testou a paciência do grupo pró-relaxamento da quarentena e dos empresários; do outro, o parlamento tem armas suficientes para encrencar politicamente o governador. Nesta terça, 14, o secretário Helton Severino foi ouvido pelos deputados, que reclamaram de respostas evasivas. Na semana passada, a CCJ admitiu o projeto do deputado Jessé (PSL), que pede a anulação do decreto de isolamento. Na segunda-feira, 13, novo pedido de impeachment deu entrada na Casa, documento do Movimento Vem Pra Direita Floripa que encampa a tese de que o governador teria extrapolado suas atribuições ao fechar estabelecimentos e suspender serviços com os decretos do isolamento social. O deputado Valdir Cobalchini (MDB), anunciou que está fora do Grupo de Enfrentamento Econômico à crise da Covid-19. Ele era o representante da Alesc nas reuniões sobre o tema. Saiu reclamando que as decisões têm sido tomadas pelo governador sem consultar o grupo. Na sessão desta terça, 14, no retorno das transmissões via TVAL, os deputados não economizaram. Milton Hobus (PSD) levantou uma série de suspeitas sobre a licitação do hospital de campanha em Itajaí. O deputado questionou que o processo realizado em 24 horas foi feito pela Defesa Civil, mas pagos com recursos da Saúde apontando que os gastos co o modelo adotado trariam um prejuízo de R$ 50 milhões. Para deixar a situação ainda mais delicada, o Ministério Público de Santa Catarina tem cobrado de perto compromissos com as medidas anunciadas pelo governador. Cobrou uma série de requisitos para liberação dos setores econômicos. O MPF também avisou que governadores que decidirem pelo relaxamento da quarentena terão que se respaldarem de condições adequadas no sistema de Saúde. Os 200 respiradores comprados ao custo de R$ 33 milhões ainda não chegaram. O número de mortes segue subindo, assim como o de infectados. Detalhe, o clima é de expectativas em toda a sociedade, os nervos em alguns setores estão à flor da pele, e os dias correm lentamente, como um caldo que é cozido bem devagar.

Apoio ao Pequeno

Foto: Agência Brasil/EBC
A Federação das Associações Empresariais de SC (FACISC) lançou nesta segunda-feira, 13, a campanha “Em frente, SC” para motivar os empresários no momento da retomada dos negócios em todo o Estado. A campanha consiste em uma rede de apoio na área de marketing. A Federação também tem apoiado empresários na elaboração de pedido de liminar para adiamento dos impostos, orientações jurídicas e apoiando a articulação do setor junto aos governos Estadual e Federal para adotar medidas emergenciais para a classe no Estado.
Protestos

A Deputada Ada de Luca protocolou, nesta segunda-feira, 13, um projeto de lei que propõe suspender, durante todo o decreto de calamidade pública, o registro de protestos extrajudiciais de títulos e outros documentos de dívidas, até 30 dias após a revogação do aludido decreto. “A ideia é amenizar os impactos sofridos pelos microempresários e pequenos empreendedores, bem como pelas pessoas físicas. Isso porque, desde que o estado de calamidade pública foi decretado muitas empresas e pessoas físicas precisaram parar suas atividades”, explica a deputada.

No ar

A TV da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, TVAL, retoma a transmissão ao vivo das sessões do parlamento catarinense nesta semana. No momento, serão transmitidas as reuniões virtuais, prática adotada desde o início do isolamento social provocado pela pandemia da Covid-19. Importante instrumento de transparência da atividade parlamentar, essa notícia é mais do que positiva. Fique de olho!
Hang na gangorra

O empresário Luciano Hang, da Havan, teve um 2019 inesquecível, tornando-se um dos 58 brasileiros na lista dos bilionários da revista Forbes. Em, 2020, entretanto, sua empresa sofre os efeitos da Covid-19 e foi uma das primeiras a utilizar a MP 936, que permite a suspensão de contratos de trabalho por até 60 dias. A Havan negociou a suspensão temporária dos serviços de 11 mil colaboradores, colocando alguns de férias e outros em home-office. Nada como um ano após o outro.

Mais médicos

O Ministério da Educação publicou nova portaria, em 9 de abril, autorizando instituições de ensino federais a antecipar a formatura dos alunos que estão no último período de Medicina, Enfermagem, Farmácia e Fisioterapia, enquanto durar a pandemia. Uma medida anterior restringia essa possibilidade a quem fosse atuar no combate ao vírus, agora, vale para todos. Para tanto, o aluno deve ter completado 75% da carga horária prevista em internato médico ou estágio supervisionado.

 Jornalistas
 Coordenação: Andréa Leonora
Conteúdo e redes sociais: Fábio Bispo e Eliane Ramos