Saúde contra o tempo em SC
As previsões matemáticas da evolução da Covid-19 aponta para uma alta demanda do sistema de saúde em todo o país já em abril. Em Santa Catarina, o governo do Estado tenta se antecipar ao pior e já está requisitando estrutura e fazendo um levantamento dos equipamentos que os hospitais dispõe para o cenário de piora da pandemia por aqui. E as notícias não são tão boas assim. Hospital Regional de Araranguá informou ao governo que dispõe de apenas cinco ventiladores mecânicos pulmonar, e que necessita de mais três, no mínimo. Já a inauguração da UTI do Hospital Tereza Ramos parece uma novela interminável. Não foi aceita a dispensa de licitação para instalação da rede TI da nova ala, o que poderia agilizar o processo para abertura de 28 leitos de UTI. Se não bastasse, empresas que já mantinham contrato com o governo para fornecimento de equipamentos tem enfrentado dificuldades para cumprir os contratos. Uma dessas empresas, que fornece sondas de aspiração, simplesmente desistiu do contrato após o preço da unidade praticamente triplicar no mercado. Além disso, ,a todo momento chegam pedidos para contratação de médicos e até de vigilantes, como é o caso do Celso Ramos, em Florianópolis, para darem conta da demanda que já começa a crescer.

Atividade na indústria

Foto: Julio Cavalheiro/ Secom
O Governo do Estado publicou ontem portaria que estabelece regras para as atividades industriais e classifica padarias, mercearias, açougues e peixarias como serviços essenciais. O documento permite que as indústrias mantenham a operação, desde que reduzam ao menos 50% do número de trabalhadores por turno de trabalho. As exceções são agroindústrias, indústrias de alimentos e indústrias de insumos de saúde, que não precisarão ter redução do número de trabalhadores.

Fundo da FIESC A Federação das Indústrias (FIESC) está estruturando seu Fundo Empresarial para reagir contra o coronavírus em Santa Catarina. A entidade quer mobilizar pessoas, empresas e organizações no enfrentamento da situação. A proposta é obter apoio financeiro, por exemplo, para comprar equipamentos para os hospitais. Outra frente prevê ações econômicas para a crise, como sistemas e soluções para facilitar o home office. Outra forma de cooperação por parte das empresas é a cessão de espaços físicos para instalar centros de triagem.

Frentes de ação Os projetos apoiados pela FIESC serão divididos em três categorias. A primeira abrange soluções de prevenção, com a aquisição máscaras, luvas e álcool gel. A segunda é para tratar pessoas que já estão infectadas, com foco na compra do ventilador mecânico, equipamento fundamental na fase aguda da doença. A terceira é econômica. Além de soluções para beneficiar o trabalho em casa, a FIESC quer tecnologias e sistemas para a segurança nas indústrias e estimular criação de novos negócios.

Ações solidárias  No bairro onde você mora, algo pode ser feito para ajudar os maiores prejudicados pelo coronavírus? Os cuidados que a situação impõe às pessoas vem gerando exemplos positivos de solidariedade. O morador de Florianópolis, Rodrigo Melim Ferreira deixou um aviso aos moradores do seu condomínio, colocando-se à disposição para fazer compras no lugar dos idosos. A Jaqueline de Souza Ribeiro, do Monte Cristo, uma comunidade carente da Capital, buscou ajuda dos amigos para arrecadar 500 cestas básicas e distribuir aos vizinhos.

Corrida pela cura Pesquisadores catarinenses têm até o dia 31 de março para se inscrever na chamada internacional “Desenvolvimento de terapêutica e diagnóstico para combater infecções por coronavírus”, realizada pela União Europeia. A Fapesc aderiu ao edital e será apoiadora de quatro projetos, de até 40 mil euros cada, que tenham profissionais de SC na equipe. O objetivo é identificar novas formas de tratamento e de diagnóstico precoce.

Proteção à população de rua Florianópolis – A Defensoria Pública da União (DPU) e do Estado de Santa Catarina (DPE-SC) emitiram recomendações aos governos estadual e municipais para que adotem medidas de proteção à população em situação de rua durante a pandemia da Covid-19. Além do funcionamento ininterrupto dos serviços e aparelhos voltados a esse grupo, as instituições sugerem a destinação de espaços educacionais e esportivos com equipamentos sanitários para acomodação e higiene dessas pessoas.