O presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Mario Cezar de Aguiar, liderou nesta quarta-feira (16) uma comitiva de industriais do setor metalmecânico em reunião com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e com a secretária de comércio exterior do MDIC, Tatiana Prazeres. O objetivo foi buscar alternativas para reduzir os efeitos das novas tarifas impostas pelos Estados Unidos.
Durante o encontro, Aguiar enfatizou a importância do diálogo para evitar prejuízos ainda maiores à indústria brasileira, principalmente catarinense. “Retaliar seria o pior encaminhamento, pois ampliaria os prejuízos. Além de tentar reduzir as tarifas, precisamos buscar alternativas como a prorrogação do prazo de início da aplicação, para que as empresas tenham fôlego para se reorganizar e buscar novos mercados”, defendeu.
Negociação é caminho para preservar exportações
Segundo Aguiar, a posição da FIESC é clara: evitar confronto e apostar na diplomacia. “As palavras de ordem agora são negociar, negociar e negociar. Mesmo que as tarifas não voltem aos patamares anteriores, precisamos chegar a um nível que permita manter a relevância daquele mercado como destino das exportações catarinenses e brasileiras”, afirmou.
A estratégia inclui o envolvimento de empresas norte-americanas importadoras de produtos brasileiros. A ideia é que esses clientes também pressionem o governo dos EUA ao demonstrar os impactos que os custos extras terão para os consumidores daquele país.
Diversidade industrial em risco
Aguiar ressaltou ainda que os Estados Unidos são o principal destino das exportações catarinenses e que as tarifas atingem uma indústria bastante diversificada no estado. “Reforçamos a diversidade industrial catarinense, onde as tarifas terão graves consequências”, disse o presidente da FIESC.
Outro ponto destacado foi a necessidade de isonomia tributária, especialmente para produtos semiacabados de aço e alumínio. “Hoje existe uma invasão de produtos chineses, porque o parafuso vindo da China chega ao preço dos insumos pagos pelos fabricantes brasileiros”, argumentou Aguiar, lembrando da presença de importantes empresas do setor no estado, responsáveis por milhares de empregos.
Governo federal atento ao tema
De acordo com a FIESC, o ministro Alckmin demonstrou pleno conhecimento da situação e reconheceu a importância do setor industrial catarinense. A Federação reforçou a necessidade de incluir os produtos mais afetados nas estratégias de defesa dos interesses do Brasil no comércio internacional.