Os indicadores econômicos voltaram a apontar crescimento no Sul do Estado, como demonstra o Boletim de Conjuntura Econômica, contratado pela Associação Empresarial de Criciúma (Acic) e elaborado pelos economistas Leonardo Alonso Rodrigues e Alison Fiuza. Entre os nove itens analisados, oito apresentaram variação positiva na mesorregião.
No acumulado até outubro, o saldo entre aberturas e fechamentos de empresas registrou aumento de 1,2% na comparação com o mesmo período do ano passado. Já as exportações cresceram 13% nesse comparativo, enquanto as importações tiveram alta de 23,3%. Da mesma forma, a frota de veículos aumentou 3,8% no período.
Com números consolidados até setembro, a geração de impostos também teve incremento na mesorregião, sendo a variação de 7,1% no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e de 2,9% no Imposto sobre Veículos Automotores (IPVA).
Os dados também sinalizam crescimento nas movimentações bancárias, nesse caso, no mês de agosto de 2024 comparado ao mesmo mês de 2023. A variação chegou a 9,4% nas operações de crédito e a 10,4% nos financiamentos imobiliários, já descontados os efeitos da inflação.
O único recuo ocorreu na geração de empregos, que teve variação de -2,3% no acumulado entre janeiro e setembro, em comparação a igual período do ano anterior, conforme os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Análise
“Através dos principais indicadores econômicos atualizados até o momento, nota-se um desempenho econômico favorável no Sul catarinense neste ano, mesmo com os desafios enfrentados pela economia brasileira”, analisa Rodrigues.
“O desempenho recente da economia no país tem sido moldado por diversos fatores do ambiente macroeconômico, com destaque para a trajetória da inflação. Nos últimos anos, esse componente apresentou desafios significativos, tanto no âmbito doméstico quanto global”, acrescenta.
“Para mitigar as pressões inflacionárias, a política monetária adotou uma postura restritiva, mantendo a taxa básica de juros (Selic) em patamares elevados por um período prolongado”, lembra Fiuza.
Apesar de causar outros efeitos à economia, essa prática conseguiu segurar a inflação. “O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou um acumulado de 4,76% nos 12 meses encerrados em outubro de 2024, representando uma redução expressiva em relação ao pico de 12,13% observado em abril de 2022”, ressalta Fiuza.
Diante disso, o que se pode esperar para o próximo ano? “As perspectivas econômicas para 2025 permanecem incertas, dado o cenário de riscos doméstico e internacional”, afirma Rodrigues.