Professores e estudantes do Cedup protestam contra demissões durante greve em Criciúma

Professores e estudantes do Cedup Abílio Paulo, no bairro Universitário, em Criciúma, se uniram na manhã desta quinta-feira, dia 9, para protestar contra as demissões de oito profissionais da instituição de ensino durante a greve do magistério catarinense, que teve suspensão de 60 dias nessa terça-feira, dia 8, após assembleia, em Florianópolis.

“Depois de 14 meses de tentativa de negociação com o governo de Santa Catarina, foi decretada no dia 4 de abril uma greve. Essa greve iniciou no dia 23 de abril. Esse movimento tomou uma proporção, foi crescendo e de uma forma arbitrária e inconstitucional, ilegal, ilegítima o governador do Estado, pressionou as coordenarias regionais de Educação, que por sua vez pressionaram os diretores das unidades escolares para que os professores ACTs, que é professor temporário, admitido em caráter temporário que a cada ano tem que fazer um novo concurso para entrar no Estado, que demitissem esses professores. Só que como eu volto a afirmar, isso é uma atitude ilegal e inconstitucional e infelizmente, aqui no Cedup isso ocorreu”, comenta o professor Marco Antônio Martins, que atua há 33 anos na sala de aula.

 

Conforme o professor, uma liminar na justiça conseguiu que os professores demitidos retornassem para as escolas. “Nós, professores do Cedup, em apoio e respeito a esses professores que foram demitidos e agora foram recontratados, estamos aqui. Estamos aqui na frente da instituição para dar um abraço neles para dizer que eles não estão sozinhos, para mostrar a nossa solidariedade e dizer que arbitrariedades e ilegalidades desse tipo não servem no Estado democrático”, ressalta. As demissões dos professores ocorreram por e-mail. “Os oito profissionais já retornaram ao posto de trabalho, e, por isso, estamos aqui para abraçá-los”, acrescenta.

Um dos professores demitidos esteve na manifestação, porém preferiu não se identificar. Ele afirmou que foi pego de surpresa com a demissão. “Nós estávamos em greve. Temos medo do futuro, sim. No final ano seremos demitidos e nunca temos continuidade nas matérias. Não há concurso público para área técnica há mais de 35 anos, essa é uma das demandas específicas aqui do Cedup”, comenta.

Diversos alunos e professores se pronunciaram durante o ato e apoiaram os profissionais demitidos e também falaram sobre o futuro. Entre eles, o professor Jonathan Corrêa Becker. Confira abaixo o vídeo: