Coluna Pelo Estado -13/07

Narrativa do ódio pode impedir debate sobre problemas reais e urgentes nas eleições 2022

Com a divulgação pelo Tribunal Superior Eleitoral do número de eleitoras e eleitores por município, as campanhas começam a se programar em termos de pessoal e gastos para militância e mobilização de rua. Logo, no dia 20, será conhecido o tempo de progranda eleitoral em rádio e TV de cada sigla. Em Santa Catarina, a eleição será decidida por 5,4 milhões de eleitores, 52% do gênero feminino e 48% masculino, 53% solteiros, 38% casados, 6% divorciados ou separados e 3% viúvos.

Embora a eleição presidencial deva se descolar da disputa estadual, é de se temer que a polarização agora anabolizada pela extrema-direita impeça o debate sobre os reais problemas do Brasil. A narrativa do ódio é cega. Nos últimos anos, com falta de governo e de oposição responsável, a pauta moralista e de costumes conservadores tomou conta da política, mascarando a necessidade de combater a pobreza e a desigualdade.

Será uma pena se, de novo, as eleições perderem a oportunidade de mobilizar a sociedade em favor da Agenda 2030, que estabelece 17 objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS). Campanha que deixar de lado pautas como consumo consciente, maior conexão com a natureza e economia de baixo carbono sairá perdendo até para powerpoint de empresa. Sim, porque o mundo dos negócios já assumiu que a prosperidade de todos importa e que os limites ambientais são reais e urgentes.

Crédito Foto: Júlio Dutra/Divulgação

Combate à fome (foto)
Preto Zezé, presidente da Central Única das Favelas (Cufa) do Brasil, trocou figurinhas com a deputada Paulinha (Podemos) e o prefeito de Bombinhas, Paulo Dalago Müller, sobre como enfrentar o empobrecimento e combater a insegurança alimentar. O casal encontrou-se com o produtor artístico e ex-lavador de carros que se tornou líder de agendas positivas e potentes pelas favelas, uma das pessoas mais lúcidas do país, em Florianópolis, por meio de Alex Cruz, presidente da Cufa SC.

O Brasil, lamentou Paulinha nas redes sociais, tem 33 milhões de pessoas em situação de fome. São 14 milhões a mais do que em 2020. “Não vamos ficar assistindo, sem fazer nada. Para reverter esse quadro, precisamos somar forças: terceiro setor, poder público, iniciativa privada.”

O prefeito Paulinho acompanhou a mulher e, para apoiar a reeleição do governador Carlos Moisés, trocou o União Brasil pelo Podemos.

Urbanização
Até em estados com demografia mais equilibrada, como Santa Catarina, a Agenda 2030, está presa aos nós da urbanização. Quem passar pelo Centro de Florianópolis num final de tarde, pode perceber centenas de pessoas se preparando para passar a noite em situação de rua. Deve ser o mesmo em todas as cidades médias. Não é possível fazer de conta que não se vê nem se ouve.

Maior o problema
A estimativa apresentada pelo Programa Nacional de Capacitação e Estudos Urbanos e Regionais para Sustentabilidade (Ceurs), liderado pela Ufsc, é que 70% de toda atividade econômica global se dê em áreas urbanas. O crescimento acentuado das cidades, tem alto impacto na economia global. Quanto mais adensadas, maiores são os impactos da pobreza, desigualdade, degradação ambiental, violência civil e insegurança alimentar nas cidades.

Expansão
A IPM, empresa de Rio do Sul que desenvolve softwares 100% em nuvem para gestão pública, está com 100 vagas abertas para desenvolvimento, atendimento, marketing, gestão de pessoas. A catarinense já conta com 600 empregados, mais de 500 clientes e 1 milhão de usuários em SC, RS, PR, SP e MG. Mantém sede administrativa no funcional e moderno Centro Executivo Carl Hoepck, próximo à cabeceira da Ponte Hercílio Luz e, há poucos dias, renovou a certificação GPTW (Melhores Lugares para Trabalhar).

Prejuízo
Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural interditou áreas de cultivo de moluscos na localidade de Barro Vermelho, no Ribeirão da Ilha, em Florianópolis. Pela alta concentração de ficotoxina Ácido Okadaico, que pode ocasionar náuseas, dores abdominais, vômitos e diarréia, está proibida a retirada e comercialização de ostras e mexilhões e seus produtos.

É o Udo! Ao que parece, está definido que o futuro candidato a vice de Carlos Moisés (Republicanos) será o industrial e ex-prefeito de Joinville Udo Döhler (MDB). Ele se reuniu com a bancada estadual ontem, em Jurerê Internacional em conversa que contou, ao final, com a presença do governador e pré-candidato à reeleição. Além de ser o preferido de Moisés, Udo é do Norte, ajuda na geografia da chapa e agrega o apoio de toda bancada estadual do MDB, incluindo o deputado Fernando Kreling, último a resistir pela pré-candidatura de Antídio Lunelli.