O MDB realizou sua convenção partidária neste sábado (04) em clima de festa. E também de incertezas no quadro político. As reuniões se estenderam até a madruga de sexta para sábado em diferentes frentes e, enquanto cada liderança emedebista expunha os motivos para manter a cabeça de chapa com o partido, no nome de Mauro Mariani, os bastidores continuaram agitados.

Mariani foi aclamado por um auditório com mais de 4 mil pessoas e pelos 500 convencionais do partido. Manteve o sorriso quase todo o tempo e se emocionou ao cumprimentar a mãe, a esposa e as filhas, bem como ao falar do sempre líder Luiz Henrique da Silveira. Agradeceu o desprendimento do governador Eduardo Moreira, que abriu mais de disputar para se dedicar ao Executivo estadual, anunciou que quer elevar a participação do Turismo na formação do PIB de 13% para 20% e disse que vai rever a descentralização, não o princípio, mas a forma.

 

 

Até o final da convenção do MDB-SC, o nome de Jorginho Mello (PR) estava garantido para uma das vagas ao Senado, tendo como suplente nada menos de Ivete Appel da Silveira, viúva do senador Luiz Henrique, e o de Carmen Zanotto (PR), com menos garantia, mas igualmente citada no discurso de Mariani como sua vice.

Mas quem garante alguma coisa no sempre intenso xadrez político-partidário catarinense?

As peças são movimentadas com uma agilidade que poucos conseguem acompanhar. E a cada momento surge uma nova possibilidade.

Tanto que no penúltimo dia de convenções e véspera do final da apresentação das atas no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SC) foram montados e desmontados vários cenários. Alguns podem ser apenas jogo de cena. Outros podem apontar as chapas que de fato vão disputar as eleições em outubro.

Cenário 1

MDB vai com PR ao Senado e PPS de vice. Mas a ata não foi fechada, a exemplo do que aconteceu nas convenções do PSD, do PP, do PSDB e, na tarde deste sábado, do DEM. Ou seja, tudo pode mudar.

Cenário 2

MDB compõe com PSDB, que leva duas vagas – vice, com Marcos Vieira, e Senado, com Napoleão Bernardes. A segunda vaga ao Senado ficaria com Jorginho Mello. E Carmen Zanotto volta para a Câmara dos Deputados. Paulo Bauer, aclamado na convenção do PSDB há uma semana, estaria fora da majoritária.

Há quem diga que a base dos tucanos rejeita composição com o MDB. Prefere compor com PSD e PP, desde que a cabeça de chapa fique com o PSDB, talvez com Bernardes.

Cenário 3

PSD e PP reatam, e trazem o DEM – Gelson Merisio (PSD) vai para a disputa ao governo, João Paulo Kleinübing (DEM) fica como vice e a chapa ao Senado fica com Esperidião Amin (PP) e Raimundo Colombo (PSD).

Cenário 4

PSD compõe com PP e PSDB – Merisio desiste da cabeça de chapa, que passa a ser ocupada por Napoleão Bernardes, o fator “novidade” dessa eleição. Amin e Colombo vão para o Senado. E Merisio pode ser o vice. Não se pode esquecer que nas negociações entra até a presidência da Assembleia Legislativa, ainda que de uma forma bem discreta.

Cenário 5

MDB atrai o DEM – Kleinübing vira vice de Mariani. Jorginho Mello vai ao Senado junto com um nome do MDB – Paulo Afonso Vieira, Valdir Colatto e Edson Piriquito tinham se apresentado para a segunda vaga, mas declinaram e deixaram para a direção do partido resolver.

 

No momento em que esta matéria está sendo escrita, pelo menos três reuniões acontecem: direção do PSDB; MDB, PR e PPS; e PSD, PP e DEM. Mas o DEM também pode estar representado na reunião do MDB.

Neste domingo (5), além das convenções do PR, em Florianópolis, e do PT, em Blumenau, acontece mais uma reunião, oficial e fechada, do tucanato catarinense, em um hotel do Centro da Capital.

E todos os demais partidos continuarão fazendo contas dos riscos das apostas, sempre considerando também o tempo de TV.

Ou seja, nada de definitivo hoje. Tudo ficará, como temos dito, para as 23h59min deste domingo, prazo final para a apresentação das atas ao TRE-SC.

(Por Andréa Leonora)