Alckmin declara que se a economia do país não crescer, faltarão recursos para municípios, estados e União

Talvez tenha sido a primeira vez que Santa Catarina recebeu, em um só dia, tantos presidenciáveis. Em intervalos de 30 em 30 minutos, um pré-candidato à presidência da República subia ao palco para expor suas ideias, durante o terceiro dia do Congresso de Prefeitos e Prefeitas, que terminou na manhã desta quinta-feira (14), em Florianópolis. No evento promovido pela Federação Catarinense de Municípios (Fecam) faltaram nomes que a mídia ajudou a consolidar, como o deputado federal pelo Rio de Janeiro Jair Bolsonaro, do PSL-RJ, e a senadora acreana Marina Silva, da Rede.

O senador paranaense Álvaro Dias, do Podemos, tinha confirmado presença, mas optou por permanecer em Brasília por conta da pauta de votações. E o ex-ministro Guilherme Afif Domingues, do PSD-SP, que chegou a ser anunciado como participante, não compareceu.

Mas quem veio deu seu recado

O primeiro a chegar e a logo ser cercado pela imprensa foi o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, do PSDB. Acompanhado pelos senadores tucanos catarinenses Paulo Bauer, pré-candidato ao governo do Estado, e Dalirio Beber, e ainda pelo ex-prefeito de Blumenau Napoleão Bernardes, ele listou com desenvoltura os diferenciais de Santa Catarina no cenário nacional. Destacando o espírito associativista catarinense, citou exemplos como os bombeiros voluntários e as universidades comunitárias, mas enalteceu também o setor produtivo. “É um estado com uma indústria forte e uma agricultura de ponta, serviços, turismo. Um estado avançado. O governo federal precisa ser parceiro de Santa Catarina.”

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Em um evento realizado por prefeitos e para prefeitos, Alckmin declarou o que seu público queria ouvir – se os municípios forem bem e se os estados forem bem, o Brasil vai bem. Frase, aliás, repetida praticamente por todos os demais presidenciáveis. Ao ser questionado sobre o que os catarinenses poderiam esperar de um eventual governo Geraldo Alckmin, respondeu de bate-pronto: “Infraestrutura. Isso é emprego na veia, de ação rápida. Duplicar rodovias, implantar aeroportos, atrair empresas, reduzir custo Brasil. E segurança pública como fizemos em São Paulo, que registrava 13 mil assassinatos por ano e hoje está na faixa dos 5 mil. E Saúde, que é hoje a maior necessidade da população.”

Entre os temas elencados pela organização do congresso para serem tratados pelos pré-candidatos estava o pacto federativo. Para Alckmin, que se declara municipalista, é preciso ter coragem para descentralizar a gestão do país. Antes disso, no entanto, defende que o país precisa crescer, ou não haverá recurso para nenhum dos níveis de governo – municipal, estadual ou federal. “A minha luta é o Brasil voltar a crescer, o que exige investimento, o que, por sua vez, exige confiança. Para isso nós precisamos desburocratizar o país, fazer as reformas, política, tributária e da previdência… olhar nos olhos das pessoas e falar a verdade.”

Alckmin fala sobre:

Tendência eleitoral – “O extremismo não é o caminho. O extremismo é o descaminho. Não é à bala que nós vamos melhorar a Saúde, fazer creches ou fazer conquistar mercados no mundo­­. O caminho é o da desburocratização, da eficiência do Estado, que é grande demais e se consome em si.”

Reforma política – “Eu defendo o voto distrital ou distrital misto. E ter menos partidos. Até a semana passada eram 19 os pré-candidatos à presidência da República e estamos com 35 partidos registrados. A reforma política é necessária.”

PSDB em Santa Catarina – “Sou homem da federação. Delego autonomia. Os companheiros de Santa Catarina vão ver o melhor caminho para construir uma boa aliança para servir ao povo. Precisamos resgatar a boa política!”

 

Wikipedia.org: Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho nasceu em Pindamonhangaba (SP) em 1952. É médico e professor universitário. Começou na política como vereador de sua cidade natal, em 1972.

Partidos

  • PSDB (1988-presente)
  • PMDB (1980-1988)
  • MDB (1972-1980)

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