Fiesc propõe redução temporária de taxas portuárias a exportadoras durante tarifaço

A Federação das Indústrias (Fiesc) vai propor a redução temporária de taxas portuárias a exportadoras durante tarifaço. Num esforço para minimizar os efeitos do tarifaço dos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras, a instituição enviou ofício aos superintendentes da Portonave e do Porto de Itajaí sugerindo a redução de tarifas portuárias. A iniciativa é uma das medidas do “desTarifaço”, programa de apoio aos exportadores desenvolvido pelas entidades da Fiesc.

“O chamado ‘tarifaço’ têm exigido redução substancial dos preços de vendas e renegociação com os clientes visando manter este mercado, que é estratégico, e foi conquistado e consolidado com muito esforço ao longo de anos”, argumentou o presidente da Fiesc, Gilberto Seleme.

“A situação exige um esforço conjunto em todas as instâncias relacionadas ao tema, para mitigar os efeitos negativos para o País e Santa Catarina”, acrescentou.

A Fiesc destaca que, diante do momento crítico, especialmente para setores como o de madeira e móveis, a concessão de incentivos como descontos temporários nas taxas de vistoria de container (scanner) e a ampliação do prazo de “free time” podem dar um alívio aos exportadores para manter custos competitivos no mercado externo.

A Federação também solicita contribuições dos terminais para identificar medidas relacionadas aos órgãos auxiliares e intervenientes do Comércio Exterior que permitam a redução dos custos das operações.

Os setores de madeira e móveis exportaram em 2024 cerca de US$ 1,6 bilhão. Empregam mais de 70 mil trabalhadores, congregando cerca de 6 mil estabelecimentos. O mercado norte-americano é o principal destino das exportações do setor de madeira e de móveis catarinenses, representando cerca de 50% da destinação das vendas externas.

Embora foque na cadeia florestal, a Federação solicita para que as medidas também sejam avaliadas para outros setores, colocando-se à disposição para apresentar as justificativas. No documento, a Fiesc lembrou o fechamento de 581 vagas de trabalho em julho de 2025 só no setor de madeira e móveis, um dos mais impactados pelo aumento das tarifas, dada a exposição ao mercado norte-americano.