O projeto de infraestrutura do Morro dos Cavalos, que visa melhorar o trânsito e a mobilidade da BR-101, em Palhoça, será entregue ao governo federal nesta quarta-feira, dia 3, pelo governador Jorginho Mello (PL). A entrega ocorre em Brasília, ao Ministério dos Transportes, representado pela diretoria do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), uma vez que o ministro Renan Filho cumpre agenda no Paraná.
O secretário adjunto da Secretaria de Estado da Infraestrutura e Mobilidade, Ricardo Grando, destacou em entrevista ao Portal Engeplus, que a nova via será exclusiva para o sentido Sul da BR-101, já o atual trecho ficá para o sentido Norte.
Além disso, ele ressalta que a entrega do projeto cumpre o compromisso firmado em abril deste ano, quando a pasta se comprometeu a desenvolver o estudo técnico da obra. “O estudo está pronto e vamos levar. Se o ministro não puder comparecer, entregaremos à diretoria do DNIT”, afirmou Grando.
O estudo contempla diversas disciplinas essenciais para a execução do projeto, como análise de tráfego, geotecnia, sondagem do terreno, impacto ambiental e o orçamento da obra. Além disso, o projeto inclui a construção de pontes necessárias para o trajeto.
Conforme o secretário, o valor estimado para a obra de 5,2 quilômetros é de R$ 291 milhões, um custo significativamente mais baixo do que a alternativa dos dois túneis, que custa cerca de 15% a mais. Grando explicou que, embora ambas as soluções possam ser realizadas, a proposta atual é considerada mais viável em termos de tempo e custo. “A gente consegue executar num prazo muito mais curto e com valor significativamente diferente, ou seja, com um valor que não chegue a 15% do valor dos túneis”, garantiu.
A fase de licenciamento ambiental, que exige um mínimo de 12 meses para a análise e aprovação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), é uma das etapas mais críticas para a execução do projeto. Além disso, a previsão para a execução da obra, desde que uma empresa qualificada seja contratada, é de 24 meses.
Impactos ambientais e a questão indígena
Uma das questões levantadas no projeto é o impacto sobre a terra indígena. Do total de 5,2 quilômetros da obra, 1,5 km atravessa território indígena. Grando destacou que a equipe está disposta a dialogar com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI) e com a comunidade indígena, buscando soluções que envolvam compensações ou até mesmo realocação de casas, caso necessário. “Para nós, não é problema nenhum. A gente é parceiro nesse contexto”, comentou o secretário, ressaltando a importância de encontrar uma solução que atenda ao interesse de todos, sem prejudicar a obra.
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A construção do projeto, segundo Grando, não é de difícil execução, mas apresenta desafios técnicos devido ao terreno mole da região. “Vamos precisar trabalhar com pistas elevadas ou viadutos em algumas áreas. Isso pode demorar um pouco mais, mas não há obstáculos técnicos para a execução”, pontuou.