Na tarde desta quinta-feira (21), a Câmara dos Deputados aprovou, em poucos segundos, um pedido de urgência para o projeto que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil por mês.
A votação foi simbólica e contou com apoio de todos os partidos — do PT ao PL. Com isso, o texto já pode ser levado direto ao plenário, com data ainda a ser definida por Hugo Motta nos próximos dias.
Hoje, a isenção alcança apenas quem recebe até R$ 3.036,00 — o equivalente a dois salários mínimos. Se aprovado, o projeto ampliará o benefício para cerca de 10 milhões de trabalhadores. Já para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7,3 mil, haverá um desconto parcial.
Mas é claro que isso não vai sair de graça. Só em 2026, a mudança deve custar R$ 25,8 bilhões aos cofres públicos. Para compensar a perda, o texto prevê a criação de uma alíquota progressiva de até 10% sobre lucros e dividendos acima de R$ 600 mil anuais.
Mesmo com a isenção, o relatório projeta um lucro de R$ 12,7 bilhões até 2027, valor que será usado para reduzir a alíquota da nova Contribuição sobre Bens e Serviços, prevista na Reforma Tributária.
Na prática, a proposta garante mais isenção para a base, um novo tributo para os super-ricos e a conta fechada — pelo menos no papel.