A antiga Vinícola Caruso Mac Donald, fundada em 1913, foi tombada como Patrimônio Histórico Municipal de Urussanga. A medida foi formalizada por meio de um decreto publicado nessa quarta-feira, dia 23, com base em parecer técnico do Conselho Municipal de Política Cultural (CMPCUR). A iniciativa tem como objetivo garantir a preservação de um dos imóveis industriais mais representativos da história da cidade.
O imóvel abriga mais de 50 tinas, construídas com tijolos maciços, e simboliza o início da produção vinícola em escala industrial no município. “Urussanga é referência na preservação do legado da imigração italiana, e a Vinícola Caruso Mac Donald também faz parte dessa identidade. Com o tombamento, praticamos um gesto de respeito à nossa história”, declarou a prefeita Stela de Agostin Talamini.
O tombamento ocorreu após a reativação do Serviço do Patrimônio Histórico, Artístico e Natural do Município de Urussanga (SPHAM), que estava paralisado há anos. A partir de agora, a estrutura não poderá ser modificada, demolida ou reformada sem autorização do SPHAM e do CMPCUR. O imóvel será registrado no Livro de Tombo Municipal, conforme estabelece a Lei nº 798/1981.
Segundo a secretária de Cultura, Turismo e Esporte, Vanessa Lopes, o reconhecimento abre caminhos para novos projetos. “Além da proteção legal, o tombamento permite que o espaço futuramente integre roteiros de turismo cultural, ações educativas e políticas de valorização da memória da cidade”, afirmou.
Sobre a Vinícola Caruso Mac Donald
O imigrante italiano Giuseppe Caruso Mac Donald fundou a vinícola em 1913. Ele foi um dos responsáveis pela disseminação do plantio da uva Goethe e pela consolidação da produção de vinhos na região. A Vinícola Caruso Mac Donald, juntamente com outras empresas locais, contribuiu significativamente para a história e o desenvolvimento industrial do sul de Santa Catarina.
Segundo estudo da arquiteta Tatiana do Amaral, a edificação apresenta arquitetura ítalo-brasileira com traços racionalistas e influência do estilo art déco. De acordo com a arquiteta, a empresa foi a primeira fábrica de vinhos em padrões industriais de Urussanga, sendo pioneira na atuação em nível industrial no sul do Estado.
No auge de suas atividades, a empresa chegou a alcançar capacidade de armazenamento para dois milhões de litros, tanto para o engarrafamento de vinhos quanto de vermutes. Conforme registros do arquivo da extinta empresa, a produção de vinhos foi encerrada em 1998.