Infraestrutura rodoviária de Santa Catarina: problema que precisa de solução
Dagnor Schneider, presidente da Fetrancesc
Na última semana, o presidente da Federação das Empresas de Transporte de Carga do Estado de Santa Catarina (Fetrancesc), Dagnor Roberto Schneider, e empresários do setor estiveram com o governador Jorginho Mello (PL) para compartilhar suas preocupações e tratar de pontos sensíveis para a economia catarinense, como a falta de mão de obra qualificada, o risco de desabastecimento e os problemas de infraestrutura rodoviária.
A pedido da Coluna, Dagnor Schneider enviou um artigo exclusivo sobre a situação rodoviária catarinense.
A infraestrutura rodoviária de Santa Catarina enfrenta desafios que exigem atenção e ações imediatas. Como entidade representativa do transporte rodoviário de cargas, a Fetrancesc acompanha de perto a situação das rodovias do Estado e reforça a necessidade de investimentos robustos e recorrentes para a ampliação e manutenção da malha rodoviária. Nosso estado tem a quinta maior frota de veículos pesados do Brasil e uma das menores malhas pavimentadas do país.
Precisaríamos ter 2,5 mil quilômetros a mais de rodovias pavimentadas para nos igualarmos ao vizinho Paraná, que é um exemplo, mas também uma ameaça econômica. Só com planejamento a longo prazo e ampliação da capacidade de tráfego garantiremos a segurança e a competitividade não só do setor, mas da economia catarinense.
Um dos pontos mais sensíveis está relacionado com a concessão da BR-101 Norte, hoje sob o comando da Arteris. De acordo com um ofício enviado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) à Fetrancesc, em julho de 2024, a concessionária acumula 865 notificações por descumprimento contratual.
Diante desse cenário, a federação se posiciona contra a otimização do contrato com a concessionária por mais 15 anos. Questionamos a renovação deste vínculo com uma empresa que não performa adequadamente. Sobre as notificações, a Fetrancesc enviou um novo ofício à ANTT solicitando o detalhamento dessas 865 infrações.
É fundamental destacar também o papel dos entes públicos na gestão desse contrato. A falta de rigor na fiscalização contribuiu para o atual cenário colapsado da BR-101. Obras essenciais foram apontadas há mais de 10 anos, e apenas agora começam a ser consideradas.
Um estudo feito pelo Observatório Fetrancesc, uma plataforma aberta, que tem como objetivo refletir o cenário socioeconômico do Estado e do setor de transportes, apontou que, fazendo as obras de melhorias apresentadas pela concessionária na proposta de repactuação, já em 2030, estaríamos na mesma situação caótica de hoje. Sabemos que qualquer obra executada para dar fluidez e segurança para quem trafega nas rodovias é bem-vinda e necessária. Porém, não acreditamos que essas intervenções representem uma solução definitiva.
Por isso, batemos tanto na tecla da Via Mar. É a melhor alternativa que temos para desafogar o trânsito na região. Fica o apelo para que os estudos e projetos sejam entregues dentro do menor prazo possível para que a obra saia logo do papel.
O transporte rodoviário de cargas é vital para a economia de Santa Catarina e do Brasil. Precisamos de rodovias seguras e eficientes para garantir o crescimento do setor e a qualidade de vida de todos que dependem dessas vias. A Fetrancesc continuará atuando para que esse tema seja tratado com a seriedade e a urgência que merece, sempre em busca de melhorias concretas para o Estado e para o setor de transportes.
Precisamos pensar em ações que irão fortalecer o presente e servirão de legado para o futuro. Temos que fazer uma reflexão do que queremos deixar para as próximas gerações e para Santa Catarina.
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