Conversas sobre suposto pagamento de propina, entreum assessor do deputado Afonso Motta (PDT-RS) e o intermediário de um hospital, foram reveladas pela Polícia Federal (PF) durante a realização da Operação Rêmora, que apura compra e venda de telas interativas para cidades do Rio Grande do Sul.
Como envolvia assessor de parlamentar, o caso foi enviado ao STF e deu origem à Operação Emendafest, deflagrada pela PF na manhã desta quinta (13). Essas conversas, iniciadas em novembro de 2023, são entre o assessor Lino Furtado e Cliver Fiegenbaun, que seria um captador de recursos para um hospital no Rio Grande do Sul.
Segundo a PF, há diversas conversas sobre o direcionamento de emendas parlamentares para o hospital Ana Nery de Santa Cruz do Sul (RS). A PF afirma que em uma delas, um áudio enviado por Cliver é revelador e indica que o assessor do parlamentar receberia valores relacionados a emendas.
“Os pequenos eu posso complementar e botar mais 10 em cima. Pra tu confiar na parceria, e eu quero continuar com a tua parceria ano que vem”, diz Cliver em áudio do dia 10 de janeiro de 2024.
Ainda no áudio, ele afirma que era “400, faltou 15, te levo mais, mais 25”.
“Isso eu tenho do meu, aí eu nem envolvo ninguém, porque eu não quero estragar a parceria, e tu vai ver que nós não vamos ratear contigo”, diz Cliver em áudio.
Para a PF, o áudio mostra que a parceria entre os dois, firmada em 2023 com a garantia de envio de emendas, “executada (e em andamento) em 2024, estaria com a promessa de continuar no ano seguinte, ou seja, em 2025”.
Cliver e Lino estão entre os alvos da Operação EmendaFest, deflagrada pela PF nesta quinta (13/2).
A investigação mira emendas parlamentares enviadas ao hospital Ana Nery, em Livramento (RS). Segundo a PF, o deputado Afonso Motta destinou ao menos R$ 1 milhão para o hospital. Do Metrópoles