Inflação perde força em novembro e fecha com alta de 0,39%
A inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou uma desaceleração na passagem de outubro para novembro. O índice passou de 0,56% em outubro para 0,39% no último mês. Essa desaceleração não indica que os preços caíram, mas sim que subiram a um ritmo mais lento. O custo da alimentação foi o principal responsável pela pressão sobre a inflação em novembro.

Alimentação puxa alta do IPCA em novembro

A alimentação foi o principal fator de pressão no IPCA de novembro, com uma alta de 1,55%, o que representou 0,33 ponto percentual (p.p.) no índice total. Entre os produtos que mais impactaram o aumento, destacam-se as carnes, que subiram 8,02%. A alcatra, por exemplo, teve um aumento de 9,31%, e o contrafilé, 7,83%. A explicação para esses aumentos está na menor oferta de animais para abate e na maior demanda externa, com o aumento das exportações.

  • Custo das carnes sobe 8,02%: alcatra e contrafilé são os itens mais afetados.
  • Oferta de animais em queda: fator que contribui para o aumento dos preços.

Despesas pessoais e transportes pressionam a inflação

Outro fator relevante para a alta da inflação foi o grupo de despesas pessoais, que subiu 1,43%, impactando o IPCA com 0,14 ponto percentual. Dentro desse grupo, os maiores aumentos foram registrados em itens como o cigarro (14,97%), pacotes turísticos (4,12%) e hospedagem (2,20%).

Já no setor de transportes, o índice subiu 0,89%, o que representou 0,13 ponto percentual no IPCA total. O maior impacto veio das passagens aéreas, que dispararam 22,65%, sendo o item individual com a maior alta entre todos os produtos e serviços apurados pelo IBGE. O aumento das passagens foi influenciado pela proximidade do final do ano e os diversos feriados de novembro.

Combustíveis e habitação aliviam a inflação

Embora a inflação tenha registrado alta, alguns alívios foram observados. O preço dos combustíveis teve uma queda de 0,15%, com destaque para o etanol (-0,19%) e a gasolina (-0,16%). A habitação também apresentou uma deflação de 1,53%, principalmente devido à queda de 6,27% na tarifa de energia elétrica, que passou da bandeira vermelha para a bandeira amarela.

  • Combustíveis caem 0,15%: gasolina e etanol puxam a queda.
  • Habitação tem queda de 1,53%: energia elétrica residencial lidera a deflação.

Expectativa para o final de 2024

No acumulado de 12 meses, a inflação oficial do Brasil ficou em 4,87%, bem acima da meta do governo, que é de 3%, com uma tolerância de 1,5 ponto percentual. Se o IPCA em dezembro ultrapassar 0,20%, o índice fechará o ano acima da meta.

A decisão sobre a taxa de juros Selic, que influencia diretamente a inflação, será tomada na última reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. A expectativa do Boletim Focus, pesquisa realizada pelo Banco Central com instituições financeiras, é que a inflação termine 2024 em 4,84% e que a Selic chegue a 12% ao ano.

Fonte: Agência Brasil