Operação Caronte: desembargadores votam pela permanência de Salvaro, Bruno Ferreira e investigados na prisão

Os desembargadores Luiz César Schweitzer e Cinthia Schaefer votaram a favor da permanência na prisão do prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSD), do ex-secretário de Assistência Social do município, Bruno Ferreira (PSD), e mais 15 pessoas investigadas na Operação Caronte. A 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) realizou na manhã desta quinta-feira, dia 19, o julgamento on-line do pedido de revogação das prisões, mas foram negadas por dois votos a um. O desembargador Antônio Zoldan votou a favor da defesa. 

Ferreira está preso desde o dia 5 de agosto e está detido no presídio Santa Augusta, em Criciúma. Já Salvaro foi preso no dia 3 de setembro e está detido no Complexo Penitenciário do Vale do Itajaí.

Entenda a operação

A Operação Caronte, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) e pelo Grupo Especial Anticorrupção (Geac) apura crimes de organização criminosa, fraudes licitatórias e contratuais, corrupções, crimes contra a ordem econômica e economia popular envolvendo a concessão de serviço funerário na cidade de Criciúma.

Bruno Ferreira está preso desde o dia 5 de agosto, quando foi deflagrada a primeira fase da operação, que cumpriu sete mandados de prisão preventiva, incluindo a de Ferreira, e 38 mandados de busca e apreensão . Ele está detido no presídio Santa Augusta, em Criciúma.

Já Salvaro foi detido durante a segunda fase da Operação Caronte, deflagrada no dia 3 de setembro. Outras nove pessoas também foram detidas. No despacho, a desembargadora relatora apontou supostas interferências do prefeito nas investigações.

Em um vídeo publicado no momento de sua prisão, Salvaro se manifestou e tratou a sua detenção como um ato político. “Eu tenho certeza da minha inocência. Não há dolo, não há intenção, não há vantagens, não há absolutamente nada que possa me incriminar, exceto a liderança que exercemos na política, exceto esse poder de transferir o voto, exceto a certeza de que vamos vencer as eleições”, disse.

Já Ferreira emitiu uma nota depois de sua prisão. Ele tratou as denúncias como ‘infundadas e absurdas’. “Recentemente, as investigações envolvendo empresas funerárias acabaram por respingar injustamente em minha pessoa, gerando acusações infundadas e absurdas. Quero tranquilizar a todos que estou bem e forte. Acredito firmemente na justiça dos homens e tenho a convicção de que serei inocentado de todas as acusações”, afirmou.