Defesa de Bruno Ferreira tenta habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça

A defesa do ex-secretário de Assistência Social de Criciúma, Bruno Ferreira (PSD), protocolou um pedido de habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O objetivo é garantir a liberdade de Ferreira, preso desde o dia 5 de agosto, durante a primeira fase da Operação Caronte. O advogado Leandro Alfredo da Rosa alega que o voto divergente do desembargador Antônio Zoldan  a favor da liberdade, indica que a defesa também foi ouvida e os argumentos ecoaram positivamente entre os desembargadores.

“A defesa do Bruno recebe a decisão inicialmente com uma sensação de tristeza. Lamentamos a continuidade da prisão do ex-secretário Bruno, pois a cada dia lá dentro, é como se fosse uma semana aqui fora. Continuamos preocupados com sua saúde e com a família dele, que vem sofrendo também. Mas seguimos confiantes, estudando dia a dia as provas e os caminhos para se alcançar o direito de responder o processo em liberdade, acreditando nessa possibilidade, sim”, afirma o advogado.

 

Ferreira ainda é candidato a vereador? 

A candidatura de Ferreira para vereador continua ocorrendo pelo PSD e o advogado garantiu que a decisão de manter a candidatura é da família. “Em relação às eleições, deixamos essa parte com a família que avalia, mas tudo com serenidade. O Bruno atualmente fala praticamente apenas sobre o processo e quer muito reencontrar sua família, são mais de 40 dias preso”, pontua.

Entenda a operação

A Operação Caronte, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) e pelo Grupo Especial Anticorrupção (Geac) apura crimes de organização criminosa, fraudes licitatórias e contratuais, corrupções, crimes contra a ordem econômica e economia popular envolvendo a concessão de serviço funerário na cidade de Criciúma.

Ferreira está preso desde o dia 5 de agosto, quando foi deflagrada a primeira fase da operação, que cumpriu sete mandados de prisão preventiva, incluindo a de Ferreira, e 38 mandados de busca e apreensão. Ele está detido no presídio Santa Augusta, em Criciúma.

Já o prefeito Clésio Salvaro foi detido durante a segunda fase da Operação Caronte, deflagrada no dia 3 de setembro. Outras nove pessoas também foram detidas. No despacho, a desembargadora relatora apontou supostas interferências do prefeito nas investigações.

Em um vídeo publicado no momento de sua prisão, Salvaro se manifestou e tratou a sua detenção como um ato político. “Eu tenho certeza da minha inocência. Não há dolo, não há intenção, não há vantagens, não há absolutamente nada que possa me incriminar, exceto a liderança que exercemos na política, exceto esse poder de transferir o voto, exceto a certeza de que vamos vencer as eleições”, disse.

Já Ferreira emitiu uma nota depois de sua prisão. Ele tratou as denúncias como ‘infundadas e absurdas’. “Recentemente, as investigações envolvendo empresas funerárias acabaram por respingar injustamente em minha pessoa, gerando acusações infundadas e absurdas. Quero tranquilizar a todos que estou bem e forte. Acredito firmemente na justiça dos homens e tenho a convicção de que serei inocentado de todas as acusações”, afirmou.