Adepol-SC emite nota repudiando manifestação do prefeito de Forquilhinha sobre a operação Cyperus

A Associação dos Delegados de Polícia do Estado de Santa Catarina (Adepol-SC) emitiu uma nota contrapondo a manifestação do prefeito de Forquilhinha, José Cláudio Gonçalves, o Neguinho. No texto, a entidade rebate as acusações de que a operação Cyperus, deflagrada no município na manhã desta terça-feira, dia 10, tenha sido motivada para tumultuar o momento eleitoral.

Em seu posicionamento, a Adepol-SC disse repudiar tentativas de deslegitimar ações investigativas que buscam assegurar a transparência e a ética da administração públicas. “Ademais, destacamos que as investigações realizadas pela Delegacia de Polícia Especializada em Combate à Corrupção (1ª DECOR/DEIC) ocorrem de acordo com os princípios da legalidade e impessoalidade, isentas de qualquer influência política, o que reforça a necessidade de respeito ao trabalho da Polícia Civil e à independência das instituições, fundamentais para a manutenção da ordem e da justiça”, destacou a nota da entidade.

 

Entenda o caso

Nesta terça-feira, a Polícia Civil de Santa Catarina, por meio da Delegacia de Polícia Especializada em Combate à Corrupção (1ª DECOR/DEIC), deflagrou a operação Cyperus. As investigações apuram a prática dos crimes de associação criminosa, falsidade ideológica e fraude em licitação realizada pela Prefeitura de Forquilhinha.

Foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em Forquilhinha, Nova Veneza e Criciúma. Um dos locais visitados pelos agentes foi a sede da Prefeitura de Forquilhinha, onde documentos foram recolhidos.


Policiais civis na sede da Prefeitura de Forquilhinha – Foto: Divulgação/Polícia Civil

O processo investigado é o Pregão Presencial 18/PMF/2021, cujo objeto é a contratação de empresa especializada para corte de grama, poda de árvores e limpeza dos inços dos pisos dos pátios e jardins e manutenção das pinturas dos muros interna e externamente (alvenaria, grades e telas) e meios fios das praças públicas, centros comunitários, ruas, rodovias, prédios públicos (exceto educação e saúde) para o exercício de 2021.

Após a operação, Neguinho concedeu entrevista para a Rádio Eldorado, onde afirmou que a ação policial foi realizada para desestabilizar a sua candidatura. “Agora, o que causa estranheza para nós é que apenas 25 dias antes da eleição, uma operação comandada pela Polícia Civil do Estado de Santa Catarina, capitaneada pelo [delegado-geral] Ulisses Gabriel, a 25 dias antes da eleição, faz uma operação dessa no município, tratando de um caso de 2021 arquivado pelo Ministério Público”, frisou.

O prefeito ainda enfatizou que o caso investigado já teria sido apurado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e arquivado. “Eu não vou me calar. Eu tenho a consciência tranquila. Meu governo é um governo sério, transparente e realizador. Então eu não vou aceitar que politicagem barata manchem a imagem do meu governo”, completou. Confira abaixo a nota completa da Adepol-SC.

Prezado (a) associado (a),

A Associação dos Delegados de Polícia do Estado de Santa Catarina (ADEPOL-SC) vem, por meio desta nota, expressar sua discordância em relação às declarações do prefeito de Forquilhinha, José Cláudio Gonçalves, amplamente divulgadas na imprensa da região de Criciúma. O prefeito questionou a legitimidade da Operação Cyperus, deflagrada nesta terça-feira (10) pela Delegacia de Polícia Especializada em Combate à Corrupção (1ª DECOR/DEIC), que investiga supostas fraudes na contratação de serviços de limpeza pela prefeitura local.

Em suas entrevistas, o prefeito descreveu a operação como um “ato político” supostamente destinado a desestabilizar sua candidatura. Além disso, fez graves acusações ao afirmar que essa ação foi “capitaneada” pelo Delegado-Geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Dr. Ulisses Gabriel.

A ADEPOL-SC, como entidade representativa dos Delegados de Polícia em Santa Catarina e defensora da integridade das instituições do sistema de segurança pública estadual, repudia veementemente qualquer tentativa de deslegitimar ações investigativas que buscam assegurar a transparência e a ética na administração pública.

Ademais, destacamos que as investigações realizadas pela Delegacia de Polícia Especializada em Combate à Corrupção (1ª DECOR/DEIC) ocorrem de acordo com os princípios da legalidade e impessoalidade, isentas de qualquer influência política, o que reforça a necessidade de respeito ao trabalho da Polícia Civil e à independência das instituições, fundamentais para a manutenção da ordem e da justiça.

Atenciosamente,

Associação dos Delegados de Polícia do Estado de Santa Catarina