Eleições 2024: Proporção de candidatos jovens cai e atinge menor taxa desde 2008 em SC

Apenas 6% dos candidatos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) têm entre 18 e 29 anos para as Eleições 2024 em Santa Catarina. É a menor proporção desta faixa etária desde deste o pleito de 2008, quando 7,8% dos candidatos tinham até 29 anos.

O primeiro turno das eleições deste ano ocorre em 6 de outubro, e o segundo, no dia 27 de outubro. Este ano, serão escolhidos prefeitos, vices e vereadores.

Ao todo, Santa Catarina tem 19.516 nomes cadastrados a todos os cargos este ano. Destes, 17,8 mil concorrem a uma cadeira nas câmaras municipais, e 839 tentam chegar ao cargo máximo dos Executivos municipais. O restante são candidatos a vice-prefeito.

Do número total, 1.171 nomes têm entre 18 e 29 anos, conforme o sistema público do TSE, o que representa 6% do total de candidaturas. Como comparação, em 2020, dos 21,8 mil candidatos, 1.835 estavam nesta faixa etária, ou 8,4%. Em 2016, a taxa era de 8,8%, a maior das últimas cinco eleições.

Veja a evolução das candidaturas jovens em SC

Julian Borba, cientista político, afirma que, em teoria, esta queda pode representar uma falta de representatividade política. No entanto, isso só poderá ser dito com certeza depois dos resultados das eleições.

É que a faixa etária do candidato não é necessariamente o elemento central no processo de representação, explica Borba. Normalmente, eleitores jovens escolhem candidatos com base em agendas mais específicas (gênero, ou a causa ambiental, por exemplo).

Eleitorado jovem cresceu

Por outro lado, o eleitorado jovem (de 16 a 17 anos, para quem o voto não é obrigatório) cresceu de 2020 para 2024. Segundo dados do TSE, em fevereiro, Santa Catarina possuia 33.872 eleitores nessa faixa etária, um aumento de 50,8% em relação aos jovens que estavam aptos a votar na última eleição municipal.

Borba explica que este aumento no número de jovens eleitores pode impactar determinadas agendas que, normalmente, despertam maior interesse deste público. O cientista político exemplifica: um candidato que apele para um discurso mais “jovem” pode, sim, se beneficiar disso.

Além disso, existem pautas que são mais próximas destes eleitores, como a questão ambiental, ou discussões sobre gênero.

— O aumento do número de eleitores jovens eventualmente vai fazer com que esses temas possam ganhar mais visibilidade para conquistar esse tipo de eleitor — afirma.