Professores de Santa Catarina podem paralisar atividades a partir do dia 23 de abril

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte) ainda aguarda uma proposta do Governo do Estado sobre as reivindicações da categoria. Entre os pontos em destaque do magistério catarinense estão a valorização da carreira, com a aplicação do reajuste do piso salarial em todos os níveis e a descompactação da tabela salarial, a revogação integral do confisco de 14% das aposentadorias e a garantia de hora atividade para todos os professores dos anos iniciais e segundos professores, com a luta pela sua extensão a todos os profissionais da educação.

“No dia 4 de abril, mais de cinco mil trabalhadores, que estavam reunidos em Florianópolis, enfrente à Assembleia Legislativa, aprovaram por unanimidade a greve dos trabalhadores a partir do dia 23 de abril. A partir do dia 23 de abril, se o governo não apresentar uma proposta para a categoria, no dia 23, a data limite que os trabalhadores da educação estão dando e será a última alternativa, que é a paralisação, se o governo não atender a pauta de reivindicação”, comentou o coordenador do Sinte, Evandro Accadrolli, em entrevista ao jornalista João Paulo Messer, da Rádio Eldorado.

Segundo o coordenador do Sinte, o governo, este ano, prometeu, que estaria apresentando uma proposta para os trabalhadores da educação. “Ficou uma perspectiva muito grande dos trabalhadores e no dia 4 de abril nós marcamos a nossa assembleia para apreciar a proposta do governo. Infelizmente, por telefone, o secretário de Educação Aristides Cimadon avisou que não haveria proposta para o magistério e a categoria deliberou por esse caminho de paralisação”, afirmou.

Accadrolli destacou que o governo não apresentou nenhuma proposta. “Os nossos pontos de reivindicações são principalmente a carreira. A carreira porque hoje o governo do Estado paga os trabalhadores somente pelo piso nacional, ele paga pouca diferença entre os níveis de formação. Para termos uma ideia, um professor que tem 30 anos de carreira ou que já se aposentou, ganha o mesmo salário, pouca diferença, R$ 100 a mais, do professor que está ingressando hoje no magistério com formação de Ensino Médio. Há esse achatamento da tabela salarial e nós queremos que valorize quem tem tempo de serviço, quem tem mestrado e doutorado e os nossos aposentados também, que eles recebem nessa tabela, nessa carreira do magistério, que hoje não existe”, argumentou.

O coordenador do Sinte ainda questionou sobre concurso público. “No ano passado nós negociamos o concurso público, o governo anunciou o maior concurso público da história, 10 mil vagas para o final de 2023, além de não realizar já estamos em meados de 2024 e o concurso público e edital não foram lançados ainda para a contratação desses trabalhadores e nós temos 34 mil trabalhadores contratados de forma temporária, contratados de fevereiro a dezembro e eles ficam de dois a três meses sem trabalho”, frisou.

Accadrolli ressaltou que o governo precisa cumprir as pautas que prometeu. “A negociação que é o reajuste, que está desde 2021 congelado e que era o reajuste para o ano passado e esse ano, ainda não nos apresentou uma proposta e aí terminou o limite da tolerância dos trabalhadores em educação para garantir esse direito ao reajuste, direito a uma carreira e a valorização. Com a estrutura, que hoje é uma estrutura do estado que está extremamente precarizada”, observou.

Para o coordenador, a greve é ruim para os profissionais e também para os alunos. “Nós queremos que o governo volte a negociar, nos chame ainda essa semana. Apresente uma proposta para os trabalhadores que a nossa deliberação é se vier uma proposta do governador Jorginho Mello, nós vamos estar em Assembleia apreciando a proposta e deliberando sobre ela. E se a proposta contemplar a reivindicação da categoria, volta à normalidade do calendário escolar, atendendo os nossos alunos, porque a greve não interessa os trabalhadores da educação, a gente precisa trabalhar dobrado, porque tem que repor depois essas atividades. Os trabalhadores merecem ser valorizados, a educação merece um investimento, e o governo tem condições”, finalizou.