Casos de dengue e doenças respiratórias elevam ocupação de leitos de UTI para 91% em SC

A alta do número de casos de dengue somada à Covid-19 e outras doenças respiratórias, como a gripe, tem tornado a situação caótica em UPAs e hospitais de Santa Catarina. A última atualização no painel de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), na noite de domingo (7), indicava ocupação de 91,72% dos leitos no Estado.

Atualmente, dos 1.304 leitos ativos, 1.196 estão ocupados, deixando somente 108 leitos disponíveis. A situação é mais crítica na Grande Florianópolis, que tem 98,14% de ocupação dos leitos.

Em seguida, o Meio Oeste e Serra catarinense têm o cenário mais preocupante, com 95,14% dos leitos ocupados. No Norte do Estado, são 94% das vagas ocupadas. Já no Vale do Itajaí e na Foz do Rio Itajaí a situação é igualmente preocupante, com 92,37% e 92,31% de ocupação dos leitos, respectivamente.

O Grande Oeste tem 90,12% de ocupação dos leitos de UTI no momento, e o Sul do Estado aparece com a situação mais controlada, com 78% de ocupação.

Dengue e doenças respiratórias lotam UPAs e hospitais

A médica infectologista Carolina Ponzi destaca que além da dengue e da Covid-19, os hospitais se mantêm ocupados pelas outras doenças que seguem acontecendo. A tendência, segundo a médica, é de que doenças respiratórias aumentem nesse período.

— A gente sabe, historicamente, que as doenças respiratórias, os vírus, os patógenos, circulam mais nos meses de outono e principalmente meses de inverno. E aqui a gente ressalta a influenza, que é sempre uma grande preocupação todos os anos, porque ela tem uma carga de morbidade, de internações bastante alta. A gente deve observar isso também com a Covid-19, o aumento do número de casos, porque as pessoas acabam ficando mais confinadas — afirma.

Com uma maior circulação do vírus, o número de internações também aumenta. Mas a ampla vacinação, disponível para a Influenza, Covid-19, e para o público de 10 a 14 anos no caso da dengue, consegue diminuir os casos e consequentemente as internações.

— Tanto a dengue quanto a Covid-19 já possuem vacinas, a influenza também, é importante a gente citar. A vacinação contra dengue é uma novidade na rede pública e ela está sendo disponibilizada apenas para pessoas de 10 a 14 anos em algumas cidades. Por outro lado, as vacinas contra a influenza e a Covid-19 têm uma divulgação ampla, estão disponíveis na rede pública. A gente está em plena campanha de imunização contra a gripe pelo Ministério da Saúde, que acontece todos os anos, e a vacinação contra a Covid-19 nunca parou — destaca a infectologista.

O período de vacinação também é importante, já que o vírus da gripe começa a circular mais com a aproximação do inverno.

— Então é desejável que as pessoas estejam vacinadas, em relação à influenza é muito importante vacinar agora, porque qualquer vacina leva em torno de quatro semanas para fazer o efeito, então se a gente vacinar agora, a gente vai estar protegido lá no início de maio, quando a gente começa a ter uma circulação mais intensa desses vírus — finaliza.

O que diz o Governo do Estado

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) se posicionou em nota sobre a situação da ocupação dos leitos de UTI, afirmando ainda que foram inaugurados os oito leitos de UTI previstos em Caçador. Confira:

“A Secretaria de Estado de Saúde esclarece que o cenário desafiador atualmente enfrentado na saúde de Santa Catarina também atinge o restante do país.

A superlotação das UPAs, Unidades Básicas de Saúde e Hospitais se dá, principalmente, pela dengue e também pelas doenças respiratórias.

O Estado registra 28.495 mil focos com 35.287 casos confirmados e 59 óbitos. Atualmente temos 244 pacientes internados, sendo que 26 por dengue hemorrágica.

Sobre as doenças respiratórias houve um aumento de 39% de internações entre os meses de fevereiro e março. Mesmo a vacina da gripe sendo antecipada e disponibilizada ao público alvo, os índices de vacinação ainda estão muito aquém do esperado. Do grupo prioritário, apenas 10% da população fez a vacina.

Ressaltamos que, mesmo com a superlotação dos hospitais, nenhum paciente ficou desassistido ou sem um leito de UTI. No ano passado foram abertos 150 novos leitos em várias regiões do Estado.

Nesta semana serão abertos mais 8 leitos de UTI em Caçador. E ainda este mês serão abertos 10 leitos em Joaçaba, 10 em Itajaí, 15 em Lages e 5 em Chapecó.

Nesta sexta-feira, 5 de abril, o painel apresenta 100 leitos de UTI disponíveis, com maior faixa de ocupação em 95% de leitos adultos.

Desta forma, reafirmamos a importância de ações preventivas de combate à dengue assim como a vacinação dos grupos prioritários contra a gripe.

Apesar das longas filas de espera, com mais de 200 mil pacientes que aguardavam por uma cirurgia, foram realizadas 405.896 cirurgias entre eletivas e emergenciais na atual gestão (de janeiro de 2023 até março de 2024).

Também destacamos, que a Secretaria da Saúde segue realizando a melhoria das estruturas dos hospitais próprios do Estado, que estavam abandonadas há décadas, e apoiando os hospitais filantrópicos.

O Governo do Estado reafirma seu compromisso com os catarinenses e não medirá esforços para bem atender a população.“