Conforme os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), divulgados na última semana pelo Ministério do Trabalho e Emprego, os cinco grandes grupamentos econômicos registraram saldo positivo de empregos no Sul do Estado em janeiro, sendo que a indústria liderou com folga esse resultado.
O setor foi o responsável por 1.324 dos 2.249 novos postos de trabalho com carteira assinada somados pela mesorregião no primeiro mês do ano, à frente dos serviços, com 584; do comércio, com 173; da construção, com 155; e da agropecuária, com 13.
Foto: Divulgação/Acic
“O início de ano traz consigo uma demanda maior na produção, o que está diretamente relacionado ao número de empregos gerados ser maior na indústria em geral”, analisa o economista Leonardo Alonso Rodrigues.
Quando desagregado por segmentos específicos, o segmento que obteve maior saldo de vagas (179) foi Construção de edifícios e, por outro lado, no comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios (-133) houve o maior saldo negativo no mês.
“Em janeiro de 2024 foram registrados números positivos no mercado de trabalho formal em Santa Catarina, bem como nas regiões Sul, Carbonífera e no município de Criciúma. Além disso, quando comparado com o mês de janeiro de 2023, o resultado de 2024 expressou saldo líquido maior de empregos gerados”, ressalta o economista Alison Fiuza.
Movimentos impulsionam alta
Segundo Fiuza, o resultado pode ser explicado por dois movimentos. O primeiro está diretamente relacionado a uma sazonalidade do emprego formal em janeiro, reflexo de uma retração maior no mês de dezembro.
“O segundo motivo é que, apesar de um ambiente macroeconômico desafiador, principalmente por conta de um cenário de incertezas fiscais e juros ainda altos, já temos sinais positivos, como inflação e desemprego em queda, crescimento do consumo em geral e de alguns setores específicos, como o agronegócio”, aponta.
Região Carbonífera
Na Região Carbonífera, igualmente veio da indústria a maior contribuição para o saldo positivo de 845 vagas em janeiro, com 484 postos de trabalho adicionados. Com 331 e 40, respectivamente, os serviços e o comércio também fecharam o mês com saldo positivo, enquanto as quedas se deram na agropecuária (-9) e na construção (-1).
Quando desagregado por segmentos específicos, o segmento que registrou maior saldo de vagas (68) foi Confecção de peças do vestuário, exceto roupas íntimas e as confeccionadas sob medida (82). Já o Comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios (-55) foi o que registrou maior saldo negativo.
Foto: Divulgação/Acic
Todos os municípios registraram saldo positivo de empregos no mês. Além disso, foi o melhor janeiro desde 2021, sendo que o total de vagas geradas na região foi superior em mais de quatro vezes às 207 obtidas no mesmo mês no ano passado.
Criciúma
No mês de janeiro, houve um saldo líquido positivo de 245 empregos formais em Criciúma. Esse resultado veio bem acima do mesmo mês do ano anterior (38), mas menor do que os obtidos entre 2020 e 2022.
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A variação no estoque de empregos em Criciúma foi positiva em 0,32% adicional ao estoque anterior, chegando ao total de 77.558 vagas ocupadas no município. Com isso, Criciúma registra participação de 3,12% no total do Estado; 24,53% na mesorregião Sul e 50,52% na Região Carbonífera.
Em seguida, vem Içara, com 13,81% no total de empregos da Região Carbonífera. Considerando os 12 municípios, são ao todo 153.518 empregos formais. “Criciúma e região, com esse incremento no número de trabalhadores na ativa e com aumento direto na renda, conduzirá, em última análise, a um estímulo do movimento econômico da região”, projeta Rodrigues.
Novo serviço
Consultores da Associação Empresarial de Criciúma (Acic), os economistas Leonardo Alonso Rodrigues e Alison Fiuza passam a elaborar o Boletim do Emprego Formal, mais um serviço disponibilizado pela entidade a seus associados.
“Teremos mensalmente o boletim com os dados e a análise dos especialistas sobre o mercado de trabalho formal no Sul do Estado, na Região Carbonífera e em Criciúma, um instrumento que vai permitir às empresas avaliar melhor o cenário e tomar decisões mais bem embasadas”, entende o presidente da Acic, Valcir José Zanette.
Colaboração: Andréia Limas/Assessoria de Imprensa da Acic