Pelo Estado Entrevista: Luiz Vicente Suzin, presidente da Organização de Cooperativas do Estado de SC

 

“O cooperativismo é uma das locomotivas da economia catarinense”

 

As cooperativas de Trabalho, Produção de Bens e Serviços desempenham um importante papel social e econômico no Estado, representando uma grande fatia na geração de emprego e renda. Elas atuam envolvendo e conectando pessoas com objetivos comuns: a prestação de serviços, trabalho e produtos com qualidade, melhorando as condições de vida pessoal, familiar e da sociedade envolvida, transformando trabalhadores em empreendedores.

Em Santa Catarina, o setor teve um crescimento de 22% em 2022, dado que reflete o protagonismo deste segmento no cenário econômico. Além disto, mais de 3,9 milhões de catarinenses são associados à alguma cooperativa: de crédito, infraestrutura, saúde, consumo, transporte, agropecuária e produção de bens e serviços.

Em 2023, a Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc) completou 52 anos. Durante este tempo, fortaleceu os princípios cooperativistas no Estado e abriu caminhos para que este se desenvolvesse de forma mais sustentável.

Mesmo fiel à base do cooperativismo, que é a essência humana, a Ocesc mostrou grande capacidade de adaptação em sua trajetória, mantendo-se em sintonia com a sociedade e caminhando junto com as novas tecnologias e o mercado.

Atualmente, ela conta com 252 cooperativas registradas, distribuídas nos sete ramos de atuação. As instituições reúnem cerca de 3,9 milhões de cooperados e promovem 88.466 empregos diretos, com receitas que superam os R$ 82,8 bilhões.

Recentemente, o atual presidente da Organização, Luiz Vicente Suzin, foi homenageado na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), pelo trabalho desenvolvido no Estado. Desde 2021, a organização está à frente também do Prêmio ACI OCESC de Jornalismo, que reconhece trabalhos do jornalismo catarinense.

A Coluna conversou com o presidente da Ocesc para saber sobre as ações a atuação e os projetos da organização.

Confira:

 

Pelo Estado – O que representa o cooperativismo para a economia de Santa Catarina?

Luiz Vicente – É uma força social e econômica muito forte. Podemos dizer que é uma das locomotivas da economia catarinense. Atualmente, 3,9 milhões de catarinenses são associados de cooperativas. O setor cresce a passos largos e no ano passado movimentou R$ 82,8 bilhões em receitas totais, com notável crescimento de 21,7%.

 

PE – Quais os ramos de atuação da Ocesc e do cooperativismo na vida do catarinense?

LV – As cooperativas estão presentes em praticamente todos os setores da vida dos catarinenses. Vou dar alguns exemplos. As cooperativas de crédito têm atualmente 3 milhões de cooperados, as de infraestrutura que atuam em distribuição de energia elétrica têm 418 mil, as de consumo tem 343 mil e as cooperativas agropecuárias 81.629. As cooperativas de saúde têm 13.710 associados e, as de transporte, 4.096 cooperados.

 

PE – O Agronegócio move Santa Catarina. Qual o papel do cooperativismo neste setor, particularmente?

LV – De fato, o agronegócio responde por cerca de 30% do PIB catarinense e por 70% das exportações. A maior parcela do agro é representada pelas 49 cooperativas agropecuárias que reúnem 81.629 associados e mantêm 57.376 empregados. Essas cooperativas faturaram R$ 56,5 bilhões no último ano. É o segmento mais intensivista em mão de obra; representa 65% dos empregados de cooperativas e 68% das receitas totais do sistema.

 

PE – Quais os maiores desafios para o desenvolvimento do cooperativismo no Estado?

LV – As cooperativas enfrentam os mesmos desafios que as empresas mercantis e, portanto, padecem com a pesada carga tributária, com a excessiva burocracia e com as deficiências da infraestrutura que oneram as operações logísticas.

 

PE – Quais as principais ações desenvolvidas e quais estão em desenvolvimento neste seu mandato 2020/2024?

LV – Desenvolvemos ações de defesa técnica, política e institucional do cooperativismo e mantemos dezenas de programas de assessoramento, formação, treinamento, qualificação e requalificação de dirigentes, colaboradores e cooperados.

 

PE – Estamos chegando nos últimos dias para inscrição na 3° edição do Prêmio ACI Ocesc de Jornalismo, que reconhece os melhores trabalhos do jornalismo catarinense. O que significa mais uma edição deste prêmio para a entidade?

LV – A imprensa e o cooperativismo são instituições essenciais ao fortalecimento da democracia e à dinamização da economia e ambas têm, na educação e na formação, um de seus compromissos.  O Prêmio ACI Ocesc de Jornalismo, portanto, além de valorizar e premiar a atividade dos profissionais de imprensa, reafirma a vocação da sociedade catarinense para o trabalho e a cooperação, a liberdade e a educação.

 

 

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Produção e edição 

Por  Celina Sales para APJ/SC e ADI/SC

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