A bancada catarinense tem que trabalhar em prol do Estado e isso é questão preponderante na política
Valdir Cobalchini, Deputado Federal
O deputado federal pelo MDB, Valdir Cobalchini, recentemente, recebeu em primeira mão a notícia de que Ministério dos Transportes publicou o edital para contratação dos projetos de engenharia para a duplicação da BR-282 entre Lages e São Miguel do Oeste. Esta era uma das maiores bandeiras políticas do parlamentar e pela qual ele vinha trabalhando desde o início de seu mandato.
Cobalchini ainda teve seu primeiro projeto aprovado este ano, que trata da utilização de bens apreendidos em atividades ilícitas a favor da sociedade.
A Coluna conversou com o deputado, que falou um pouco mais sobre seu trabalho em Brasília, sobre as conquistas e desafios da gestão e, ainda, sobre o papel da bancada catarinense no Governo Federal.
Confira:
Pelo Estado – Deputado, nas últimas semanas, Santa Catarina recebeu várias boas notícias através do senhor, desde a publicação dos editais para licitação das obras na BR-101, até a aprovação dos seu primeiro projeto de lei. O senhor consegue nos dar mais detalhes sobre esses projetos?
Valdir Cobalchini – Temos os projetos dos editais da duplicação da BR-282, no trecho que vai de São Miguel do Oeste a a Lages, que será a primeira parte porque, obviamente, buscamos trabalhar em toda a extensão dela, desde Florianópolis até São Miguel do Oeste. Fui autor de uma Frente Parlamentar pela duplicação das BRs 282 e 470 em toda sua extensão. Isto porque temos consciência do que estas rodovias representam para o Estado. Por elas, passam mais de 50% das exportações de Santa Catarina que provêm do agronegócio e só este transporte já é o suficiente para impactar nos preços dos nossos produtos e interferir na nossa competitividade.
Uma das bandeiras que defendo é a da infraestrutura. Tenho dito que estamos 30 anos atrasados em relação à infraestrutura, visto que só temos a BR-101 duplicada.
Eu vou sugerindo, fazendo projetos para melhorar nosso Estado. Outro que acaba de ser aprovado pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado determina que todo bem apreendido em atividades ilícitas seja convertido a favor do estado. Se for apreendida uma retroescavadeira em um garimpo, um avião ou um helicóptero, ao invés de destruir, vamos colocá-lo à disposição da sociedade e transformar em um instrumento útil. E como é um projeto que não vai onerar os cofres públicos e não tem nenhum impedimento legal, acredito que passará pelo Plenário sem resistência.
PE – E quais os seus próximos projetos?
Além desse que está sendo trabalhado, tem mais 20 ou 21 que eu já apresentei. Um deles se refere ao tempo de atendimento do paciente entre o diagnóstico e tratamento de combate ao câncer. Todas as regiões de Santa Catarina precisam ter unidades de saúde habilitadas para prestar este tipo de atendimento e nós vamos batalhar por isso.
Também venho atuando fortemente na questão da agricultura, que é responsável por boa parte da economia catarinense. Estamos vivendo agora uma séria crise com os produtores de leite por conta da importação e, se não agirmos com urgência, haverá uma desistência da atividade que impactará na economia do país inteiro, porque este problema não é só de Santa Catarina. Precisamos abrir o nosso mercado. Outro ponto de bastante preocupação e no qual venho atuando e dando todo o apoio é na definição do marco temporal, que também pode gerar uma crise, uma insegurança e afastar as pessoas do campo.
Também estive atuante na publicação da Portaria que altera o calendário de plantio da soja de 100 para 120 dias.
Também tenho projetos referentes à alimentação escolar, a venda dos produtos da agroindústria familiar, entre outros.
PE – Sobre a duplicação da BR-282, especificamente, essa era uma de suas bandeiras há algum tempo, certo? Qual o significado dessa conquista?
VC – Para mim, foi uma surpresa e uma grande vitória. Nós estamos trabalhando nisso desde o início do ano e eu sempre tive muita atenção com a questão das rodovias, até por ser daquela região Oeste, sei o quanto esta obra significará para o nosso Estado e para os produtores catarinenses.
PE – Na sua opinião, quais os pontos mais críticos a serem trabalhados no Estado?
VC – Infraestrutura é sinônimo de desenvolvimento, isso é certo. Mas também não deixo de olhar para outras áreas, como é o caso da saúde, da educação, da segurança. Recentemente, apresentei uma PEC para que a alimentação escolar seja considerada um gasto da educação, ou seja, que seja incluída naqueles 25% do orçamento para desonerar o município e, ainda assim, garantir uma alimentação escolar de qualidade.
Na agricultura, também tem um projeto que permite a comercialização de produtos artesanais para outros estados. Se o produto é bom, está atestado sua segurança alimentar, porque não comercializá-lo fora do município e mesmo pela internet? Esse projeto desburocratiza a venda de produtos da agroindústria familiar.
Nosso Estado tem pontos a serem trabalhados e alguns setores e nós precisamos conhecer esses problemas e ouvir quem tem boas ideias.
PE – Na sua percepção, como está a relação da bancada catarinense com o Governo Federal?
VC – Eu vejo que essa polarização tem que ficar para trás. A bancada de Santa Catarina tem que trabalhar em prol do Estado e isso é preponderante na questão política. Bem mais do que o que aconteceu ou não na eleição. Quem é eleito deputado federal ou senador tem que saber separar o que é política do que é ideologia e, nisto, nós ainda precisamos melhorar.
Não é cada deputado fazendo o que dá na cabeça, tem que estar todo mundo junto, conectado, tratando do mesmo tema para fazer a roda girar, defendendo o Brasil.
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Por Celina Sales para APJ/SC e ADI/SC
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