O Índice de Custo de Vida (ICV), calculado mensalmente pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), por meio do Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas (Esag), com apoio da Fundação Esag (Fesag), aponta deflação de (-0,40%) no preço dos alimentos em agosto. As maiores quedas foram as das frutas.
Os preços dos alimentos e bebidas – que, somados ao grupo dos transportes, consomem mais de 40% do orçamento das famílias, tiveram deflação em agosto, depois de ficarem praticamente estáveis no mês anterior.
As maiores quedas foram as das frutas (-4,8%), com destaque para o morango (-18%), mamão (-9,9%), maçã (-6,8%) e abacaxi (-5%). Tubérculos, raízes e legumes também ficaram mais baratos (-4,5%), puxados pela batata inglesa (-14,4%) e cebola de cabeça (-7,5%). Ovos de galinha vermelhos (-10,8%) e leite longa-vida (-4,8%) foram alguns dos itens que mais caíram de preço.
Já os preços dos produtos e serviços consumidos pelas famílias de Florianópolis subiram 0,46% em agosto. Desta vez os dois principais grupos de itens pesquisados mostraram comportamentos opostos. Enquanto os alimentos tiveram deflação os preços ligados aos transportes encareceram 2,79%. O reajuste anual das tarifas de energia elétrica (3,62%) também ajudou a puxar os preços para cima.
O índice de agosto contrasta com o do mesmo mês do ano passado, quando a inflação mensal chegou ao ponto mais baixo (-0,60%), no ápice dos efeitos das medidas adotadas pelo governo federal para reduzir os impostos sobre combustíveis e energia. Com essa deflação retirada da conta, a inflação dos últimos 12 meses subiu para 4,92%. Em 2023, o acumulado está em 3,90%.
Transportes e Habitação
Os preços dos produtos e serviços ligados aos transportes foram os que mais subiram (2,8%) entre todos os grupos pesquisados. Pesaram os aumentos de 16,3% nas passagens aéreas e de 3,6% nos combustíveis para automóveis, especialmente a gasolina (4,5%) e o diesel (5,3%). O preço do etanol ficou estável. Houve também alta de 2% nos preços de compra e despesas com carros novos.
Depois dos transportes, a alta mais significativa foi a dos preços ligados à habitação (1%). Nesse caso, o que mais pesou foi o reajuste anual das tarifas residenciais de energia elétrica autorizado pela Aneel, feito sempre em agosto e que este ano foi de 3,6%.
Outros preços
Dos nove grupos de preços pesquisados, apenas transportes (2,8%) e habitação (1%) tiveram altas mais notáveis. Além deles, houve pequena variação para cima nos grupos de saúde e cuidados pessoais (0,2%).
Por outro lado, além dos alimentos (-0,4%), caíram os preços dos artigos de residência (-0,6%) e despesas pessoais (-1,2%). Os artigos de vestuário, que também ficaram mais baratos em agosto (-1%), são o único grupo que acumula deflação nos últimos 12 meses (-6,3%).
Já os preços ligados à educação ficaram estáveis e os dos serviços de comunicação (0,05%), praticamente estáveis.
Sobre o Índice de Custo de Vida
O ICV/Udesc Esag registra a variação dos preços de 297 produtos e serviços consumidos por famílias de Florianópolis com renda entre 1 e 40 salários mínimos. Para o último boletim mensal, os dados foram coletados entre os dias 1º e 31 de agosto. O índice é publicado regularmente há mais de 50 anos.
A metodologia é a mesma usada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o cálculo do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referência oficial para a meta de inflação nacional. Para o cálculo do ICV, a Udesc Esag conta com o apoio da Fundação Esag (Fesag) na atualização das ferramentas utilizadas.
Mais informações podem ser obtidas em udesc.br/esag/custodevida, onde é possível consultar os boletins mensais (desde 2010) e as séries históricas (desde junho de 1994) do ICV/Udesc Esag.