A empresa 123 milhas tem ganhado notoriedade no Brasil após as polêmicas dos últimos dias, quando a empresa cancelou passagens aéreas. Agora, a 1ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro avalia um pedido feito neste domingo (20) pelo Ibraci (Instituto Brasileiro de Cidadania) para bloqueio de contas da empresa.
Na última sexta-feira (18) a empresa cancelou a emissão de passagens aéreas da linha “PROMO” com previsão de embarque de setembro a dezembro.
Em contraponto, segundo o anúncio da empresa, foram oferecidos os valores pagos pelos clientes com correção de 150% do CDI no formato de um voucher. No entanto, os valores só podem ser usados na própria 123 milhas para os próximos 36 meses.
Para o jornal de economia Bloomberglinea a empresa declarou que a categoria PROMO representa 7% das passagens aéreas emitidas pela empresa em 2023. A companhia disse ainda que as outras áreas da 123 milhas não foram afetadas.
Os dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) mostram que o setor não para de crescer no Brasil. Só para se ter uma ideia, em junho foram transportados 7,2 milhões de viajantes. Este é o maior resultado para o mês desde 2015.
É importante lembrar que, apesar de existirem empresas como a 123 milhas no Brasil, não há regulamentação específica para a compra e venda de milhas, operação na qual a empresa atua.
Nas últimas 24h o site Reclame Aqui têm registrado inúmeras reclamações sobre as operações da empresa. Os clientes alegam que querem o dinheiro de volta.
Em nota, o Ministério do Turismo disse que considera grave o anúncio da agência de viagens 123 Milhas sobre o cancelamento dos pacotes comprados.
“O Ministério do Turismo já acionou o Ministério da Justiça e Segurança Pública para que, por meio da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), avalie a instauração de um procedimento investigativo que esclareça as razões de tais cancelamentos, identifique todos as pessoas atingidas e promova a reparação de danos a todos os clientes prejudicados”, escreve a pasta nacional.
Em nota, a 123 milhas não justificou o porquê dos cancelamentos, apenas que foram motivados por “circunstâncias de mercado adversas, alheias à nossa vontade”.