Três a cada dez pessoas com algum tipo de deficiência estão inseridas no mercado de trabalho em Santa Catarina. O estado possui a menor taxa de informalidade e o segundo maior rendimento médio para pessoas com deficiência no país. Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2022 (PNAD) foram analisados pelo Observatório FIESC e apresentam um panorama inédito sobre renda, trabalho e educação da pessoa com deficiência.
“São cerca de 135 mil catarinenses com deficiência que estão no mercado de trabalho. No entanto, outros dez mil estão em busca de oportunidades. Por isso, temos apoiado a indústria nestas contratações por meio do Portal de Inclusão e também por meio da qualificação destes profissionais”, destaca o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar.
Atualmente, o Portal da Inclusão da FIESC oferece mais de 500 vagas exclusivas para pessoas com deficiência em todo o estado. A indústria pode se cadastrar na plataforma e informar oportunidades, assim como pessoas interessadas em trabalhar podem cadastrar o currículo e consultar as vagas disponíveis. Há também cursos disponíveis para se qualificar.
Esta é a primeira vez que a PNAD faz um recorte sobre esse público. Em Santa Catarina, há 499 mil pessoas com deficiência, cerca de 6,9% da população com 2 ou mais anos de idade. Desse número, 221 mil são homens e 278 mil mulheres, segundo divulgação do IBGE.
Embora o estado possua a menor taxa de informalidade entre as pessoas com deficiência (37,8%), o desemprego alcança 6,9%, quase o dobro das pessoas sem deficiência, que é de 3,7%. Por outro lado, Santa Catarina possui o segundo maior rendimento médio para pessoas com deficiência, de R$ 3.304, contra R$ 1.913 da média nacional.
Quanto à escolaridade, 26% das pessoas com deficiência com 25 anos ou mais concluíram o ensino básico em Santa Catarina. Essa proporção é de 56,9% entre as pessoas sem deficiência. “Seis a cada dez pessoas que têm algum tipo de deficiência não conseguiram concluir o ensino médio. No entanto, o estado possui a segunda menor taxa de analfabetismo para esse público e nessa faixa etária, de 9,9%, ficando atrás apenas do Distrito Federal, que alcançou 8,8%, enquanto a média nacional é de 20%”, observa Mariana Guedes, economista do Observatório FIESC.