O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, espera que a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) anuncie na noite de hoje uma redução de 0,75% na taxa básica de juros, a Selic, acompanhando expectativas do mercado.
“Tem gente no mercado apostando em uma queda de 0,75%. Ninguém espera a manutenção da taxa. […] Hoje o mercado está pendendo mais para meio [por cento] do que para qualquer outro número. Lembrando que tem gente no mercado apostando em um corte de 75 pontos. Penso que as perspectivas são muito boas”, disse Haddad, em entrevista ao “Bom Dia, Ministro”, da EBC.
O ministro citou a queda da inflação e do dólar como motivos que contribuiriam com o corte da taxa básica e também afirmou que “nenhum economista com reputação” espera a manutenção da porcentagem.
Ele continuou: “A Taxa Selic [do Brasil] é a maior do mundo em termos reais, ou seja, acima da inflação, e projetada por ano que vem está em 10%. E quando cai a taxa básica de juros, o que certamente vai acontecer hoje (…) as empresas vão começar a captar mais barato e no final vai acabar chegando ao consumidor”.
A taxa básica de juros está em 13,75% ao ano desde agosto de 2022. É consenso em parte do mercado que a Selic deve ter o primeiro corte em três anos, desde agosto de 2020. Considerada a inflação, a taxa de juros real é de 9,4%.
Segundo o FMI, no entanto, oito países contam com taxas de juros reais maiores vigentes do que o Brasil, descontadas as taxas de inflação médias entre 2017 e 2021: Ghana (20,3%), Paquistão (15,11%), Malawi (14,35%), Ucrânia (12,89%), Moçambique (11,03%), Cazaquistão (10,14%), Colombia (9,89%) e Hungria (9,7%). A listagem desconsidera a Argentina, que pela métrica do FMI teria uma taxa de juros real acima de 40%, por conta da inflação de 94,8% no país em 2023, ante a uma taxa de juros de 97%.