O Ministério da Agricultura, Florestas e Pesca do Japão (MAFF) suspendeu a importação de aves vivas e carne de aves do Estado de Santa Catarina, após a confirmação no último sábado, dia 15, de foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) em aves domésticas de subsistência em propriedade em Maracajá. Com a decisão, mais de cinco mil trabalhadores ligados diretamente a produção de frango em Forquilhinha e Nova Veneza poderão ser afetados e a economia no Sul de Santa Catarina também pode sofrer consequências com a determinação do MAFF.
O governador Jorginho Mello esteve em Brasília nessa terça-feira, dia 18, trabalhando pela retomada o mais rápido possível das importações de carne de frango catarinense pelo Japão. Ele apresentou ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, o sistema sanitário de proteção animal e todos os protocolos seguidos para eliminação do foco identificado em aves de uma criação caseira, de fundo de quintal, em Maracajá.
“Como o Japão determinou a suspensão do mercado brasileiro de coxas do frango, é uma ação que nos preocupa porque o processamento das coxas concentra muitos trabalhadores. Para nós, é preocupante se isso ficar mantido por muito tempo. A empresa tenta segurar a mão de obra, mas é uma coisa que começa nos preocupar, pois tem outros mercados como chinês e da União Europeia que podem também termos restrições em Santa Catarina. Até o momento, está tudo tranquilo e esperamos que seja resolvido, pois se chegar a 10 a 15 dias, teremos redução de mão de obra”, comentou o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Criciúma e Região (Sintiacr), Célio Elias, em entrevista ao jornalista João Paulo Messer, da Rádio Eldorado.
Conforme Elias, a produção de coxas de frango no Sul de Santa Catarina é específico para o mercado japonês. “Você vai mexer em toda cadeia produtiva, chegando nos aviários. Hoje, os dois frigoríficos possuem, juntos, cinco mil trabalhadores diretos, porém indiretos, chegamos a oito mil trabalhadores em toda cadeia produtiva”, destaca.
Santa Catarina responde por mais de 30% do fornecimento do consumo do país de carne de frango. O estado também é um dos poucos fornecedores de proteína aviária que já exporta o produto com os cortes mais tradicionais consumidos pelo mercado japonês.
O governador receberá o embaixador do Japão nesta quarta-feira, dia 19. “Vamos fazer o que estiver ao nosso alcance para reverter a situação, mostrar que foi um fato isolado e que não afeta a excelência sanitária do plantel avícola catarinense e a produção comercial”, pontua.