Uma missão brasileira está nesta semana em Medellín, na Colômbia, para conhecer os programas de tecnologia que transformaram a cidade nas últimas três décadas. Medellín era uma das cidades mais violentas do mundo nos anos 90, mas teve políticas públicas bem sucedidas e hoje é reconhecida como um polo de inovação na América Latina.
Representando a Assembleia Legislativa de SC, a deputada Paulinha destaca a importância de aplicar ações que são referências internacionais. “Precisamos conhecer os bons exemplos, neste caso de tecnologia e inovação no setor público, e trazer aquilo que for viável para o nosso Estado”. A missão também é acompanhada por representantes da Prefeitura e Câmara Municipal de Florianópolis, além de órgãos públicos e privados.
Entre os projetos que a missão visitou, destacam-se os de mobilidade urbana, por meio de integração de modais nas áreas periféricas da cidade; e projetos com foco em Educação, ao exemplo do “Centro de Innovación del Maestro”, MOVA, que oferece cursos gratuitos de formação para 17 mil professores das redes pública e privada de Medellín.
Outro projeto que chamou a atenção da comitiva é voltado para a saúde mental da população, chamado de “Escuchadero”. Trata-se de um espaço de atendimento psicológico gratuito em áreas de grande circulação de pessoas. Os casos são avaliados e quando necessário encaminhados para tratamento.
“Muitas são as práticas e referências que estamos encontrando aqui. Projetos de fácil aplicação em Santa Catarina e de extrema importância, ao exemplo do que vimos na área de saúde mental. Uma ação simples que pode evitar tragédias como a da creche de Blumenau, garantindo prevenção e tratamento adequado a quem mais precisa”, destaca a deputada Paulinha.
Outras iniciativas inovadoras nas áreas de Segurança Pública e Meio Ambiente também estão sendo conhecidas pelo grupo, que fica na cidade até sexta-feira, 12.
O bairro mais perigosa do mundo- A comitiva esteve na Comuna 13, na localidade de Medellín. O local já foi conhecido como a cidade mais perigosa do mundo, com mais de 10 homicidios por dia. Essa era a média registrada em 1991, em meio à guerra do narcotráfico, uma população carente e sem acesso a serviços básicos.
“A Comuna 13 seguiu um caminho diferente. Apostou na arte, cultura e música. E o poder público criou políticas públicas com foco em infraestrutura de longo prazo, como seis trechos de escada rolante, integração com teleférico, construção de quadras esportivas e escolas”, explica Paulinha.
Pouco mais de 30 anos depois, a comunidade ainda tem problemas, mas reduziu a taxa de homicídios em mais de 90%. “Estivemos lá conversando com a comunidade sobre como essas medidas transformaram a segurança pública da região. Um exemplo a ser seguido”, afirma a deputada.