Saúde alerta para aumento nos casos de chikungunya em SC

Mais de 30 mil focos do Aedes aegypti já foram identificados em 224 municípios de Santa Catarina, desses, 144 são considerados infestados pelo mosquito. O número de municípios infestados representa um incremento de 12,5% em relação ao mesmo período de 2022, que registrou 126 municípios nessa condição. Esse cenário, da presença e disseminação do mosquito, eleva o risco de transmissão da dengue, chikungunya e Zika no Estado.

Por conta da confirmação no aumento do número de casos autóctones de chikungunya em Santa Catarina, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE/SC) emitiu uma nota de alerta aos municípios.

 

“A chikungunya é uma doença causada por um vírus, também transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. A doença pode se manifestar clinicamente de três formas: aguda, subaguda e crônica. Na fase aguda os sintomas aparecem de forma brusca e compreendem febre alta, dor nas articulações, especialmente nas extremidades e nas grandes articulações, dor de cabeça e dor muscular. Também é frequente a ocorrência de manchas vermelhas na pele. Os sintomas costumam persistir por sete a 10 dias, na forma aguda, podendo durar semanas a meses nas demais formas” explica Fábio Gaudenzi, médico infectologista e superintendente de vigilância em saúde.

De acordo com o último informe epidemiológico, divulgado nesta quarta-feira, 19, já foram notificados 299 casos suspeitos de chikungunya em SC. Desses, 18 foram confirmados. Sendo quatro autóctones (Bombinhas (03) e Florianópolis (01)), oito importados e seis seguem em investigação de Local Provável de Infecção (LPI). Na comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram confirmados seis casos de chikungunya no estado, observa-se que em 2023 houve um incremento de 200% de confirmados.

“Por isso, é fundamental que as secretarias municipais de Saúde estabeleçam os fluxos para a coleta de exames e atendimento dos casos suspeitos. A classificação e manejo de todo paciente deve ocorrer na suspeição de chikungunya, utilizando o Fluxograma de Classificação de risco e manejo do paciente, de forma a evitar a ocorrência de casos graves e óbitos pela doença”, enfatiza Gaudenzi.

Confira aqui a nota de alerta divulgada aos municípios nesta terça-feira, 18, pela DIVE/SC.

Aedes aegypti em SC

Além do aumento nos casos de chikungunya, SC segue registrando alta nos casos de dengue. Até o momento já foram confirmados 15.604 casos da doença, sendo a maioria (12.032) autóctone, ou seja, com transmissão dentro do estado. Quatorze óbitos por dengue também já foram confirmados.

Até o momento, SC não tem registro de casos de Zika vírus.

Confira o informe epidemiológico completo aqui.

Sinais e sintomas

Dengue: Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40° C) de início abrupto, que tem duração de dois a sete dias, associada à dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo, nas articulações e no fundo dos olhos. Também podem aparecer manchas pelo corpo. Perda de apetite, náuseas e vômitos também podem estar presentes.

Chikungunya: Pode se apresentar sob forma aguda (com sintomas abruptos de febre alta, dor articular intensa, dor de cabeça e dor muscular, podendo ocorrer erupções cutâneas) e evoluir para as fases: subaguda (com persistência de dor articular) e crônica (com persistência de dor articular por meses ou anos). O nome da doença deriva de uma expressão usada na Tanzânia que significa “aquele que se curva”.

Zika: febre baixa, manchas vermelhas pelo corpo com coceira (exantema), inchaço nas articulações.

Prevenção

A melhor maneira de evitar as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti é eliminar locais com água parada. É preciso vistoriar casas, quintais, terrenos, ambientes de trabalho, pelo menos uma vez por semana.

A fêmea do mosquito deposita seus ovos nas paredes internas de recipientes que tenham ou que possam acumular água. O ciclo do mosquito acontece em aproximadamente sete dias. Por isso, é tão importante verificar semanalmente esses locais.