Risco de perdas no salário mínimo recompõe narrativa econômica de Lula na disputa 2022
Nessa campanha nervosa de segundo turno, o que a equipe de Paulo Guedes deu a Bolsonaro, acabou tirando agora na reta final. As notícias favoráveis obtidas com o pagamento do Auxílio Brasil e contenção da alta de preços acabaram voltando à estaca zero com o vazamento do plano de desindexar o salário mínimo da inflação e desvinculá-lo da aposentadoria.
A campanha de Luiz Inácio Lula da Silva que, nas últimas semanas havia caído na armadilha de tentar navegar na pauta de costumes, já voltou aos temas econômicos. Para demonstrar que o governo de Jair Bolsonaro mudou a regra em 2019 e deixou de dar aumento real sobre o salário mínimo, diferentemente do que praticaram os antecessores Fernando Henrique Cardoso, Lula, Dilma Rousseff e Michel Temer.
De acordo com o economista Francisco Faria, da LCA Consultoria, ao abandonar a correção pelo crescimento no PIB dos últimos dois anos e pela inflação do ano, o salário mínimo sofreu perdas. Quem vive de salário mínimo teria deixado de receber R$ 1.058 em quatro anos. Faria estimou a perda acumulada, mês a mês, de janeiro de 2020 a dezembro de 2022, em termos reais, e projetou até o final do governo Bolsonaro. Pelo cálculo, se a política de valorização tivesse sido mantida, o salário mínino hoje seria de R$ 1.248, R$ 36 a mais que os atuais R$ 1.212.
A perda só não foi maior, porque o Brasil praticamente não cresceu.
Num exemplo sobre o salário mínimo de 2023, que ainda vai ser definido pelo Congresso Nacional, em vez de passar dos atuais R$ 1.212 para R$ 1.272, o salário mínimo com a desindexação mencionada por Guedes reduziria para R$ 1.150. Perda de R$ 122 reais ao mês e impacto sobre cerca de 80 milhões de pessoas entre assalariados e aposentados.
De acordo com os analistas, essa pauta bomba gerada pelo ministro da Economia, mais do que o violento episódio de Roberto Jefferson sobre a Polícia Federal ou o mau uso da imagem das meninas venezuelanas, teve o efeito de manter a distância estável, com vantagem para Lula, nas intenções de voto.
“Lado certo”
Em Chapecó, durante comício com mais de mil pessoas, o candidato da Frente Democrática (PT, PSB, PCdoB, PV e Solidariedade) ao governo de Santa Catarina, Décio Lima, disse que sua candidatura e a do ex-presidente Lula representam “o lado certo da história” e a retomada de conquistas essenciais para os brasileiros. Acompanhado do deputado federal reeleito Pedro Uczai e dos estaduais Luciane Carminatti e Fabiano da Luz, Décio voltou a falar que, se eleito, revogará o “confisco dos 14% das aposentadorias”, valorizando os servidores estaduais. No primeiro turno, Décio fez 27% dos votos em Chapecó, logo atrás de Jorginho Mello, que fez 29%. Foram os dois mais votados na cidade polo do Oeste.
“Carinho com SC”
Salões lotados, bandeiras verde-amarelas e grande animação, é assim que a campanha de Jorginho Mello descreveu a agenda da primeira-dama do Brasil, Michelle Bolsonaro, em Santa Catarina. Jorginho e a candidata a vice, Marilisa Boehm a receberam em Florianópolis e a ciceronearam nas atividades em Balneário Camboriú e Chapecó. “Receber nossa primeira-dama para falar de algo tão importante como a política do nosso país, ainda mais no momento em que vivemos, é demonstração de prestígio e carinho com Santa Catarina e com o nosso povo”, agradeceu Jorginho.
Últimas semanas
A Companhia de Gás de Santa Catarina está com chamada pública aberta para o apoio a projetos socioambientais, realizados por meio da Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet) e da Lei de Incentivo ao Esporte (Fundesporte). O edital aceita propostas até 18 de novembro, e é voltado para os municípios catarinenses onde há rede de distribuição de gás natural. A inscrição para as seleções é gratuita e os editais completos podem ser acessados no site scgas.com.br.
Fiscalização
O Crea-SC realiza esta semana fiscalização de impacto nos municípios de abrangência da inspetoria de Xanxerê. A ação é focada nas áreas da agronomia e nas atividades relacionadas à engenharia de segurança do trabalho. Operam 12 fiscais, com previsão de 500 visitas no período. “Essas ações atendem as necessidades das regiões e estão alinhadas à missão de atuar com efetividade na fiscalização do exercício ilegal da profissão, registrar e valorizar o profissional para garantir segurança para sociedade catarinense”, destaca o gerente da fiscalização do Conselho, engenheiro ambiental Ingo Eugênio Dal Pont Werncke. A atuação do Crea-SC orienta sobre a correta interpretação da legislação e também sobre os procedimentos de regularização.
Fortalecimento
O Crea-SC reforçou seu departamento de fiscalização com a convocação de 12 novos agentes fiscais aprovados pelo concurso público 001/2021. “Temos que dar condições necessárias aos profissionais para que possam exercer suas responsabilidades”, recomendou o superintendente engenheiro civil Luiz Henrique Pellegrini no treinamento dos novos colaboradores. Ele destacou o esforço do Conselho em aproximar a iniciativa privada do serviço público.
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Produção e edição
Adriana Baldissarelli (MTb 6153) para APJ/SC e ADI/SC, com colaboração de Cláudia Carpes. Contato peloestado@gmail.com