Pelo Estado 26/10 Risco de perdas no salário mínimo recompõe narrativa econômica de Lula na disputa 2022

Risco de perdas no salário mínimo recompõe narrativa econômica de Lula na disputa 2022

Nessa campanha nervosa de segundo turno, o que a equipe de Paulo Guedes deu a Bolsonaro, acabou tirando agora na reta final. As notícias favoráveis obtidas com o pagamento do Auxílio Brasil e contenção da alta de preços acabaram voltando à estaca zero com o vazamento do plano de desindexar o salário mínimo da inflação e desvinculá-lo da aposentadoria.

A campanha de Luiz Inácio Lula da Silva que, nas últimas semanas havia caído na armadilha de tentar navegar na pauta de costumes, já voltou aos temas econômicos. Para demonstrar que o governo de Jair Bolsonaro mudou a regra em 2019 e deixou de dar aumento real sobre o salário mínimo, diferentemente do que praticaram os antecessores Fernando Henrique Cardoso, Lula, Dilma Rousseff e Michel Temer.

De acordo com o economista Francisco Faria, da LCA Consultoria, ao abandonar a correção pelo crescimento no PIB dos últimos dois anos e pela inflação do ano, o salário mínimo sofreu perdas. Quem vive de salário mínimo teria deixado de receber R$ 1.058 em quatro anos. Faria estimou a perda acumulada, mês a mês, de janeiro de 2020 a dezembro de 2022, em termos reais, e projetou até o final do governo Bolsonaro. Pelo cálculo, se a política de valorização tivesse sido mantida, o salário mínino hoje seria de R$ 1.248, R$ 36 a mais que os atuais R$ 1.212.

A perda só não foi maior, porque o Brasil praticamente não cresceu.

Num exemplo sobre o salário mínimo de 2023, que ainda vai ser definido pelo Congresso Nacional, em vez de passar dos atuais R$ 1.212 para R$ 1.272, o salário mínimo com a desindexação mencionada por Guedes reduziria para R$ 1.150. Perda de R$ 122 reais ao mês e impacto sobre cerca de 80 milhões de pessoas entre assalariados e aposentados.

De acordo com os analistas, essa pauta bomba gerada pelo ministro da Economia, mais do que o violento episódio de Roberto Jefferson sobre a Polícia Federal ou o mau uso da imagem das meninas venezuelanas, teve o efeito de manter a distância estável, com vantagem para Lula, nas intenções de voto.

 

Bianca Matos/Divulgação


“Lado certo” 

Em Chapecó, durante comício com mais de mil pessoas, o candidato da Frente Democrática (PT, PSB, PCdoB, PV e Solidariedade) ao governo de Santa Catarina, Décio Lima, disse que sua candidatura e a do ex-presidente Lula representam “o lado certo da história” e a retomada de conquistas essenciais para os brasileiros. Acompanhado do deputado federal reeleito Pedro Uczai e dos estaduais Luciane Carminatti e Fabiano da Luz, Décio voltou a falar que, se eleito, revogará o “confisco dos 14% das aposentadorias”, valorizando os servidores estaduais. No primeiro turno, Décio fez 27% dos votos em Chapecó, logo atrás de Jorginho Mello, que fez 29%. Foram os dois mais votados na cidade polo do Oeste.

 

Divulgação

“Carinho com SC” 

Salões lotados, bandeiras verde-amarelas e grande animação, é assim que a campanha de Jorginho Mello descreveu a agenda da primeira-dama do Brasil, Michelle Bolsonaro, em Santa Catarina. Jorginho e a candidata a vice, Marilisa Boehm a receberam em Florianópolis e a ciceronearam nas atividades em Balneário Camboriú e Chapecó. “Receber nossa primeira-dama para falar de algo tão importante como a política do nosso país, ainda mais no momento em que vivemos, é demonstração de prestígio e carinho com Santa Catarina e com o nosso povo”, agradeceu Jorginho.

Últimas semanas

A Companhia de Gás de Santa Catarina está com chamada pública aberta para o apoio a projetos socioambientais, realizados por meio da Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet) e da Lei de Incentivo ao Esporte (Fundesporte). O edital aceita propostas até 18 de novembro, e é voltado para os municípios catarinenses onde há rede de distribuição de gás natural. A inscrição para as seleções é gratuita e os editais completos podem ser acessados no site scgas.com.br.

 

Fiscalização

O Crea-SC realiza esta semana fiscalização de impacto nos municípios de abrangência da inspetoria de Xanxerê. A ação é focada nas áreas da agronomia e nas atividades relacionadas à engenharia de segurança do trabalho. Operam 12 fiscais, com previsão de 500 visitas no período. “Essas ações atendem as necessidades das regiões e estão alinhadas à missão de atuar com efetividade na fiscalização do exercício ilegal da profissão, registrar e valorizar o profissional para garantir segurança para sociedade catarinense”, destaca o gerente da fiscalização do Conselho, engenheiro ambiental Ingo Eugênio Dal Pont Werncke. A atuação do Crea-SC orienta sobre a correta interpretação da legislação e também sobre os procedimentos de regularização.


Fortalecimento

O Crea-SC reforçou seu departamento de fiscalização com a convocação de 12 novos agentes fiscais aprovados pelo concurso público 001/2021. “Temos que dar condições necessárias aos profissionais para que possam exercer suas responsabilidades”, recomendou o superintendente engenheiro civil Luiz Henrique Pellegrini no treinamento dos novos colaboradores. Ele destacou o esforço do Conselho em aproximar a iniciativa privada do serviço público.

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Produção e edição

Adriana Baldissarelli (MTb 6153) para APJ/SC e ADI/SC, com colaboração de Cláudia Carpes. Contato peloestado@gmail.com