SCELEIÇÕES2022 entrevista Esperidião Amin: “Vou desenvolver a inteligência de SC para a gestão pública por resultados”

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“Vou desenvolver a inteligência de SC para a gestão pública por resultados”

Esperidião Amin (11) é candidato a governador pela coligação Experiência para servir Santa Catarina formada pelo PP, único partido a que pertenceu, PTB e Federação PSDB Cidadania

Filho de pai libanês e mãe italiana, Esperidião Amin é o mais precoce, performático e longevo político catarinense. Escolarizado pelos jesuítas, fez Ensino Médio em São Paulo. De volta a Florianópolis, formou-se em Administração pela Esag/Udesc aos 22 anos, quando começou a trabalhar na Secretaria Estadual de Educação e Cultura. Um ano depois formou-se em Direito pela Ufsc. Aos 27 anos, tornou-se prefeito da Capital, aos 30 foi eleito deputado federal e aos 34 governador, na primeira eleição da redemocratização.

Na enchente de 1983, que afetou 80% do Estado, Amin deixou o gabinete e liderou as ações de resgate e solidariedade no Vale do Itajaí. Angela Amin, então grávida de sete meses, o acompanhou. Voltou a ser prefeito de Florianópolis ao vencer, em 1989, as primeiras eleições pós-regime militar. Exerceu mandato de senador entre 1991 e 1998, voltou a ser governador entre 1999 e 2002. Perdeu duas eleições nos anos 2000, elegeu-se duas vezes deputado federal em 2010 e 2014 e mais uma vez senador em 2018. Anda emocionado com estas que, se tudo der certo, pretende sejam as últimas eleições da sua vida.

O que faz com R$ 200 no bolso e um dia livre

Saio de casa: se for no inverno, vou pro Ministério da Cerveja jogar dominó, se estiver na praia, não preciso dos R$ 200 porque vou tomar banho de mar.

 

No que investe seu dinheiro

Se tivesse, investiria em ações da Petrobras, porque nós estamos sofrendo, mas os acionistas estão ganhando muito dinheiro (risos).

 

Desejo de consumo

Meu grande sonho sempre foi um Mustang, seria vermelho hoje poderia ser branco, mas como não está ao alcance, estou muito contente com meu Golf, 2018, 1.4, 20 mil quilômetros.

 

Última compra que fez

Sei o que não comprei, não foi fixador de cabelos (risos). Acho que foram meias para o inverno, isso, lá no shopping.

 

Último livro que leu ou está lendo

Último livro, livro mesmo, foi O espelho e a mesa, do Roberto Pompeu de Toledo, nesse ínterim li Cinco pães e dois peixes, do bispo vietnamita François-Xavier, li Os Árabes e, cumulativamente, li também A Guerra da Crimeia.

 

Música ou estilo de música preferido

A do meu enterro, já com cantor contratado, My Way, que todo mundo pensa que é de um francês ou de um inglês, mas foi de um sírio Paul Anka, imortalizada por Frank Sinatra. Estilo de música não tem distinção, vai muito de hora ou local, mas eu gosto muito de vanerão.

 

Hobby

Dominó, esse esporte radical, natação, caminhada e ler.

 

Esporte ou atividade física habitual

Academia para conservar o cadáver e devolvê-lo ao Senhor o mais tarde possível e no melhor estado de conservação possível. Sem academia deterioro rapidamente, maltratei muito a coluna, o ombro, jogando muito tênis, é um grande esporte, mas deforma. Agora nado mais.

 

Religião

Sou católico, apostólico, romano, jesuíta, mas tenho maior apreço por todas religiões, especialmente as monoteístas clássicas levo no meu coração. Tenho uma camiseta com o C do Islã, o crescente, a estrela de Davi do judaísmo e a cruz do cristianismo. A coexistência é a melhor de todas as religiões.

 

Maior emoção na vida

A visita à Kafer Shuba, vila onde meu pai nasceu.

 

Dinheiro pra quê?

Dinheiro é uma necessidade que não pode tomar conta de você. Não pode ocupar na sua vida mais do que o devido lugar e sob controle na carteira ou na aplicação que fizer. Nunca deixe ele tomar conta de você. É um senhor perverso.

 

“Está faltando nesse momento entender que somos do mesmo país, somos irmãos.”

Fotos Divulgação

Como vai ajudar a diminuir o custo das famílias catarinenses?

Podemos começar pela prestação de serviços com apuração de resultados, chamo de indicadores, mas o povo quer saber de resultados. Coloco dinheiro na saúde, qual o resultado?  Diminuiu a fila de cirurgias eletivas? As crianças estão sendo atendidas? Investimento em resultado para diminuir o custo e o sofrimento, especialmente, dos mais fracos. O custo das famílias catarinenses é o custo Santa Catarina. Temos que reduzir desde a logística, até a educação, saúde, artigos para educação, remédios e acesso à saúde. Custo é a soma disto que está além do que deveria ser ou além do que pode e deve ser.

 

Como classifica o atual momento brasileiro, quais os maiores desafios?

O maior desafio hoje é a polarização e a radicalização. Está faltando nesse momento entender que somos do mesmo país, somos irmãos. O país tem de ir bem para que tenhamos a nossa porção desse bem. Uns mais, outros menos. A igualdade é um ideal, não é fácil de ser conquistada, mas deve ser um objetivo para que haja paz e para que possamos cumprir o evangelho, nos suportando uns aos outros. Nos dois sentidos da palavra: aturai-vos e apoiai-vos.

 

Como percebe a situação global, com recessão mundial e crise climática? Qual agenda faz sentido numa situação dessas?

Vamos começar pela Guerra da Crimeia: é um abuso contra o ser humano. Não interessa quem está certo ou errado, é uma grande sacanagem contra a humanidade. Pior é ver o presidente dos Estados Unidos oferecer US$ 42 bilhões para prosseguir a guerra. Ou seja: vou dar armamento para que vocês se matem! E alguém achar que isso merece o Prêmio Nobel da Paz. Imagine esse valor para, por exemplo, suportar os mais de 100 milhões de refugiados que temos aqui no Brasil. A festa que seria, a Páscoa, o Natal que teríamos! A recessão mundial é uma consequência do desequilíbrio mundial que a Guerra da Crimeia, essa invenção, apressou. A crise climática é uma decorrência dessa insanidade, faz parte da insanidade. Todos nós deveríamos ler pelo menos o sumário do livro A marcha da insensatez, porque sabemos que estamos fazendo errado e vamos adiante. É isso que está acontecendo, é a marcha da insensatez.

 

Qual será sua prioridade e estilo de gestão se eleito?

Primeiro, educação, porque é a qualificação em todos os níveis, a começar pela recuperação do tempo de convivência que as crianças perderam com a pandemia, chegando à qualificação do jovem que não vai ficar na escola se a escola não o ajudar a ter resultados práticos. Ele não vai ser enganado no Ensino Médio, porque tem necessidades imediatas de qualificar-se para o que está acontecendo ali na profissão que exerce e vai deixar de exercer se não se qualificar e na profissão que virá. Educação em todos os níveis, em todas as variáveis, para todas as aplicações, regiões e vocações é a prioridade número um. Temos de começar no primeiro dia porque quatro anos é pouco para se mudar a curva da educação. Vou desenvolver a inteligência de Santa Catarina para a gestão pública por indicadores, leia-se resultados mensuráveis. Não adianta dizer que minha escola é boa se o Ideb é baixo e o aluno não sabe o que fazer depois que sai de lá. Ele tem de saber qual é o próximo degrau que vai escalar. Pode até não ter o degrau feito, mas ele tem de saber para onde vai. Se tiver esse discernimento e o sistema que o ajude nisso, teremos evoluído muito. Temos de evoluir: o sucesso de Santa Catarina está condicionado ao sucesso da educação. Lógico que educação é digital e o jovem não vai ficar na escola analógica. Na saúde, além de descentralizar serviços de alta e média complexidade, também adotar todas as tecnologias para dar conforto e segurança a nossa gente. Prioridade básica é educação e gestão por indicadores, que é o que mais aprendi ou procurei aprender.

 

Como ou com quem vai compor sua equipe de governo?

Não posso dizer que não haja influência política, claro que haverá. Se tudo der certo, vamos disputar uma eleição em primeiro turno e depois em segundo turno e, ganhando a eleição, não vamos fazer um governo marciano. Vamos fazer um governo que emerge das urnas. Até quanto mais natural for essa consolidação, melhor será governar e menor o custo para a sociedade. Custo absurdo para a sociedade é esse das conversões, dos que não queriam política, e agora se entregaram para a mais antiga política do Estado, a dos últimos 20 anos.

 

O que espera das eleições 2022?

Espero que Deus me ilumine, para corresponder ao resultado. Se não der certo, me conformando e aceitando o resultado e continuando a torcer por Santa Catarina. E se der certo, que eu tenha humildade para chamar mais gente competente e que goste do nosso Estado, que é a ampla maioria, para nos ajudar a fazer o melhor governo da história de Santa Catarina e o melhor exemplo para o futuro.