Pelo Estado 23/08 Mulheres alcançam um terço das candidaturas às eleições 2022 em SC

Mulheres alcançam um terço das candidaturas às eleições 2022 em SC

Entre 971 concorrentes na maior eleição de Santa Catarina, 316 são candidatas. Por lei, partidos e coligações devem reservar, no mínimo, 30% das nominatas a cargos legislativos para mulheres. Essa cota de gênero também deve ser obedecida na hora de partilhar recursos do fundo eleitoral e partidário e na divisão do tempo de propaganda eleitoral. A Justiça Eleitoral Catarinense é atenta e sensível às tentativas de fraudes e, nas eleições de 2020, por exemplo, puniu candidaturas laranjas no DEM e no PSC de Joinville e no MDB de São José.

Até 12 de setembro, os registros de candidaturas estão sendo julgados pelo TRE-SC, inclusive nessa correlação de 30% mínimo e 70% máximo para candidaturas declaradas por gênero. Abaixo ou acima, o partido ou federação que for intimado e não atender às diligências perde o registro. O conceito do movimento por mais mulheres na política, sem violência de gênero, é também para ampliar a diversidade feminina com candidatas bem jovens ou idosas, indígenas, negras, transgêneros.

Para deputada federal, há 108 mulheres de 307, 35% das candidaturas, incluindo Angela Amin (PP), Carmen Zanotto (Cidadania), Carol de Toni (PL), Geovania de Sá (PSDB) que concorrem à reeleição. Nesta eleição, as deputadas estaduais Ada de Luca (MDB) e Marlene Fengler (PSD) vão disputar a bancada federal. Também concorre a petista Ana Paula Lima, suplente de federal, que já exerceu dois mandatos como deputada estadual e concorreu duas vezes à Prefeitura de Blumenau. A vice-governadora licenciada Daniela Reinehr (PL) disputa a federal. São praticamente 20 candidatos para cada uma das 16 cadeiras de deputado federal para Santa Catarina.

Para deputada estadual, são 195 mulheres entre 609 candidaturas, o que equivale a 32% do total. Ana Campagnolo (PL), Luciane Carminatti (PT), e Paulinha (Podemos) concorrem à reeleição. A ex-prefeita de Maravilha por dois mandatos Rosi Maldaner (MDB) e a ex-deputada estadual Dirce Heiderscheidt (MDB) concorrem a uma das 40 cadeiras da Alesc.

O PCdoB é o partido que alcança a melhor proporção de gênero. Metade das suas candidaturas são femininas. Psol, Rede, PV e Solidariedade estão na faixa de 40% e outros, como Cidadania, PDT, PL, União Brasil chegam perto dos 30%.

 

Ex-senadora Ideli Salvatti em foto de Adriana Baldissarelli/Pelo Estado

Dobradinha petista

A ex-senadora Ideli Salvatti (PT) agradeceu a vaga para segunda suplente ao Senado da Frente Democrática porque tem planos para essas eleições. Ela acelera a recuperação de cirurgia no quadril, para ajudar duas campanhas petistas e feministas. A nova e a velha, brinca ela, confiante que colaborará para levar Luci Choinacki (PT) de volta à Assembleia Legislativa. A agricultora de Descanso, representante dos movimentos de atingidos por barragens e sem terra, elegeu-se deputada estadual pela primeira vez em 1987, na sequência, conquistou quatro mandatos como deputada federal. Para a Câmara dos Deputados, a aposta de Ideli é a “fabulosa” vereadora da Capital Carla Ayres, paulista que chegou em Floripa em 2012. Apenas quatro anos depois, conquistou mais de mil votos e a terceira suplência numa construção coletiva de movimentos Lgbtqia+ e feministas para a Câmara de Vereadores. Em 2018, disputou a deputada estadual e fez 7,5 mil votos. Em 2020, elegeu-se vereadora com mais de 2 mil votos e agora volta a tentar a Alesc.

 

Nomes

Entre candidatas mulheres, é comum que o registro eleitoral faça referência a sua profissão ou ao papel que desempenha. Tem fulana da saúde, sicrana das jóias, beltrana apóstola.  Mais doutoras, psicólogas, enfermeiras, engenheiras, da loja tal, assistente social, advogada, policial, youtuber e tia. Também há os coletivos como Dani Coletivo Juventude Lula PT, Marina Coletivo Mães PT e, até, tudo em linguagem de gênero, Livia Coletiva Raízes Psol e Cíntia Mandata Bem Viver Psol.

 

Sem cota

Para os cargos majoritários, não há cota feminina. Todos os candidatos ao governo são homens. Há quatro mulheres entre 11 candidatos a vice: delegada Marilisa Boehm (PL), Ana Lucia Meotti (Pros), Gabriela Santetti (Pstu) e Bia Vargas (PSB) pela coligação Frente Democrática. O candidato Décio Lima (PT) lutou com os socialistas e conseguiu emplacar a empreendedora de Içara na sua chapa. Ao Senado, há três de 11 candidatas: Caroline Sant Anna (PCO), Hilda Deola (PDT) e Chris Stuart (PSC). Três candidatas à primeira suplência: Bruna Werner (PSC), Miriam Prochnow (Psol) e Marina Soares (Pstu). Também três à segunda suplência: Cariny Figueiredo (Novo), Maria Cristina (Psol) e Ruti Rossi (PTB).

 

Via MDB

Presidente do MDB e candidato a segundo suplente ao Senado, Edinho Bez, informa que a candidata a presidente pela sigla, Simone Tebet, faz campanha nesta terça (23) em Joinville e Itajaí. Em setembro, retorna para nova agenda. “Além de inteligentíssima e super preparada para o cargo, Simone está há 25 anos no partido. Ela tem o DNA do MDB, assim como o pai dela”, disse Bez sobre Ramez Tebet e criticando a polarização entre Lula e Bolsonaro.

 

Adilson Buzzi, Hilda Deola e Jorge Boeira em foto Divulgação

Nova dupla

Jorge Boeira circulou no final de semana com o novo candidato a vice-governador, Adilson Buzzi. O PDT, só para lembrar, concorreria com a Frente Democrática, mas saiu isolado depois que o PT fechou com PSB para o Senado. O médico Dalmo Claro começou a campanha, mas avaliou que não conseguiria conciliá-la com as atividades profissionais. Adilson Buzzi é advogado, atua em entidades assistenciais em Joinville e região, e concorreria na primeira suplência ao Senado, com Hilda Deola, que completou o trio em evento da OAB na Capital.

 

 

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Produção e edição

ADI/SC jornalista Adriana Baldissarelli (MTb 6153) com colaboração de Cláudia Carpes. Contato peloestado@gmail.com