Eleições já foram precificadas pelo mercado que espera baixa na inflação a partir de agora
A alta na taxa de juros para 13,75% ao ano estaria mais ligada à instabilidade global com a guerra da Rússia na Ucrânia e recessão nos Estados Unidos do que às eleições 2022, dizem os analistas. O custo da eleição no risco Brasil já estaria precificado pelo mercado, que, justamente, espera a redução da inflação entre agosto e setembro. De modo que na próxima reunião do Banco Central, no final de setembro, às vésperas das eleições, deve ter fim o ciclo de altas na taxa Selic.
Hoje, o alto patamar de juros compara-se ao de 2016, quando houve o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
As eleições, a essa altura, teriam impacto menor para o mercado porque tanto Lula quanto Bolsonaro voltam-se para o centro. O primeiro com a companhia de Geraldo Alckmin (PSB), o segundo com as amarras do Centrão.
Aliás, o radar econômico dessa vez foca mais em quem serão os principais ministros dos candidatos e qual será a formação do Congresso Nacional. Com orçamento secreto e emendas impositivas, cresce o poder da agenda do Legislativo em relação ao Executivo.
Em paralelo, é de se esperar que o aumento de R$ 200 no Auxílio Brasil e ampliação de 10% na base do benefício, ajudem 20,2 milhões de brasileiros em condição de vulnerabilidade social a enfrentar esse período. O auxílio de R$ 600 começou a ser pago esta semana e já anima setores do comércio. A Fecomércio SC, por exemplo, estima aumento de 12% nas vendas do Dia dos Pais.
Em Santa Catarina são mais de 182 mil beneficiários do programa de transferência de renda para famílias em situação de pobreza.
Força suprapartidária
O governador Carlos Moisés e os emedebistas Udo Döhler e Celso Maldaner embalaram a candidatura “suprapartidária” à reeleição no evento da Fecam. A chapa conseguiu reunir 130 prefeitos e 50 vices em jantar de adesão na terça, em São José. De acordo com a organização, compareceram gestores municipais do Republicanos, MDB, Podemos, PP, PL, PSD, Cidadania, PSDB, PDT e Solidariedade e até sem filiação. Também políticos como o ex-presidente da Alesc Ivan Ranzolin que foi defensor público-geral no governo de Raimundo Colombo. Nas manifestações, gratidão pela prática municipalista do governo do Estado. Moisés, emocionado com o reconhecimento, retribuiu os agradecimentos e lançou essa, que a candidatura dele, Udo e Celso é suprapartidária. Os três já não se desgrudam mais.
PIB reunido
Apesar da chuva, a posse da diretoria da Fecomércio SC reuniu representantes de mais da metade do PIB estadual no Hotel Sesc Cacupé, do governo e das casas parlamentares, na noite de terça. O secretário de Estado da Fazenda, Paulo Eli, destacou a necessidade de planejar o Estado para 2041, quando 89% da população deverá se concentrar na faixa litorânea entre Passo de Torres e Itapoá. O presidente do Sistema Fecomércio Sesc e Senac, Hélio Dagnoni, aproveitou a fala para prometer suporte aos 65 sindicatos patronais, colaboração com as entidades empresarias e parceria com o poder público. Muito leve, valorizou amigos e seu bordão pessoal : “Cola em nós que vai ser sucesso”.
Lugar excelente
Pela sexta vez, a Unicred Central Conexão foi certificada como excelente lugar para trabalhar, de acordo com o Great Place to Work® Brasil. “A certificação nos permitiu medir, de forma prática, a percepção dos colaboradores em relação à cooperativa. Estão felizes por trabalhar em um ambiente que apresenta resultados como alto índice de confiança, oportunidades de progresso contínuo e cultura de inovação. Acreditamos que é isso que acontece quando há paixão por cooperar e colocar as pessoas em primeiro lugar”, comemora Adriana Marciano, gerente de Gestão de Pessoas. A Central gerencia todas cooperativas de SC e aguarda o ranking das melhores para trabalhar em novembro.
Ativo identitário
A coordenação de campanha da Frente Democrática calcula que nesta quinta-feira já estará definida “a” candidata a vice de Décio Lima (PT). Em alusão, lógico, a Beatriz da Silva Vargas, 35 anos, empresária, que concorreu a vice-prefeita em Içara em 2020. É bom lembrar que a vaga de vice pertencia a Gelson Merisio, do Solidariedade, e ele sempre deixou claro preferir candidata mulher em seu lugar. O outro nome feminino, de Marcilei Vignatti, vereadora em Chapecó, se tornou improvável quando o PSB do presidente Cláudio Vignatti conseguiu emplacar a candidatura de Dário Berger ao Senado. Aí a vaga voltou para Merisio. O ex-presidente da Alesc e segundo colocado a governador em 2018 é tido como o “cérebro” da articulação e coordena time de marketing eleitoral de primeira que teria, inclusive, desfalcado de algum modo a escola Fábio Veiga. As pesquisas quantitativas indicam a aderência da candidatura feminina assim como o impulsionamento da campanha de Décio por Lula em Santa Catarina. Bia Vargas será a primeira mulher preta a disputar no primeiro escalão estadual.
pelo_estado_11-08-2022 CLIQUE para ver coluna em PDF.
Produção e edição
ADI/SC jornalista Adriana Baldissarelli (MTb 6153) com colaboração de Cláudia Carpes. Contato peloestado@gmail.com