O setor de gás natural em Santa Catarina chegou ao final de dezembro contabilizando resultados positivos no balanço do ano e superando adversidades inesperadas impostas pela crise sanitária e econômica internacional. O primeiro dos cinco anos contemplados no maior pacote de obras da história da SCGÁS termina com investimentos superiores a R$ 45 milhões, segundo maior montante da última década.
A ampliação da infraestrutura de distribuição responde pela maior parcela desses investimentos: a rede de gás natural no Estado teve um acréscimo de mais de 45 quilômetros e chegou a um total de 1.260 km de extensão.
Interior
O início de atendimento ao município de Laurentino, onde a SCGÁS concretizou ao mesmo tempo o marco de 300 indústrias consumidoras, fez o número de cidades abastecidas subir para 64.
Em 2020 foi iniciada também a operação da rede isolada de gás natural em Lages, a primeira de Santa Catarina, que servirá de modelo para interiorizar a oferta do insumo e contribuir com o desenvolvimento socioeconômico de novas regiões.
Buscando ampliar cada vez mais o atendimento ao mercado, a distribuidora bateu recorde de ligação de clientes em um único ano: em 2020 o número de novas unidades consumidoras nos segmentos atendidos pela Companhia é superior a 1,5 mil.
A frota de GNV, por exemplo, manteve os altos índices de crescimento registrados nos últimos anos e contabilizou quase dois mil novos veículos adaptados, chegando a mais de 108 mil em Santa Catarina, de acordo com o Denatran.
Com um gás natural competitivo e políticas comerciais para auxiliar o mercado consumidor durante a crise, a SCGÁS registrou no segundo semestre recordes no volume de distribuição. Setembro foi marcado pelo maior pico diário de vendas da história, um total de 2.333.731 de metros cúbicos, outubro, pelo maior volume mensal de vendas, um total de 65.814.488 de metros cúbicos, e novembro, pela maior média diária de comercialização, de 2.137.712 de metros cúbicos nos 30 dias do mês.
Tarifa e Suprimento
Em 22 de março foi celebrado novo contrato de aquisição de gás natural com a Petrobras em razão do término do objeto anterior, que havia sido assinado na metade da década de 1990. A negociação contemplou duas cláusulas para garantir os resultados registrados em 2020 e boas perspectivas para o curto e médio prazo: a transição gradual de preços, que manteve as tarifas de gás natural como as mais competitivas do país no ano, e a possibilidade de redução dos volumes contratados, visando negociações de suprimento com novos players para gerar maior competição no setor, à luz do novo mercado de gás proposto pelo governo federal.
Com o fim do período de atualização de preços do antigo para o novo contrato de suprimento com a Petrobras, o anúncio é de que o reajuste ordinário nas tarifas de gás natural em 1º de janeiro seja de 28% em média. No acumulado de 2020, as tarifas sofreram redução média de 8%, puxadas pela baixa do barril de petróleo no início da pandemia, um dos fatores que causam o percentual de alta prevista para o ano que vem.
Se desconsiderada a inesperada baixa nos preços provocada pelo cenário atípico do ano e considerando a faixa de consumo de uma das tarifas praticadas ao mercado industrial, o percentual de aumento real das tarifas de gás natural é de aproximadamente 14%.
Quando comparam-se os valores realizados em janeiro de 2020 e os homologados pela Aresc para janeiro de 2021 é de pouco mais de 5% para o mercado de gás natural veicular (GNV), considerando o mesmo período comparativo.