*Adriano Palma Silva
O turismo ocupa posição de destaque na economia catarinense, sendo responsável por 12% do PIB estadual e R$ 630 milhões em arrecadação de ICMS só no ano passado. Conforme o último levantamento feito pela Agência de Desenvolvimento do Turismo de Santa Catarina (Santur) e Fecomércio, a movimentação econômica das atividades turísticas, entre 2018 e 2020, foi de aproximadamente R$ 33 bilhões. Número extremamente representativo, que leva em consideração a ocupação hoteleira, visitação a atrativos e realização de feiras e eventos.
Só que com a pandemia, os impactos negativos no setor hoteleiro são inegáveis. A cada novo decreto publicado fomos obrigados a nos reinventar, sempre buscando meios de nos mantermos economicamente ativos. Decisões difíceis foram tomadas desde o início da pandemia. Muitas assertivas e algumas equivocadas.
Com isso, gostaria de chamar atenção para o erro de estratégia da Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina em limitar a capacidade de hospedagem para hotéis em relação à bandeira de risco. O problema é que a decisão não inibe as pessoas de virem ao Estado ou limita a circulação na região, como foi possível constatar nos últimos três feriados. A medida, na verdade, tira do turista a oportunidade de ficar em um local mais seguro. E assim passa a alocá-lo em outros meios de hospedagem que não possuem nenhum tipo de normatização, mas que seguem em pleno funcionamento sem regulamentação sanitária ou fiscal, como podemos ver em imóveis ofertados em sites ou por aplicativos.
Vale lembrar que os processos de sanitização de hotéis, antes mesmo da pandemia, já eram equiparados com os processos hospitalares. E hoje estão ainda mais reforçados. Já em locações como Airbnb, por exemplo, a higienização do espaço é por conta do proprietário do imóvel, sem qualquer responsabilidade do site, fiscalização da vigilância sanitária ou de qualquer outro órgão regulatório.
Com a limitação da hospedagem em hotéis o Estado acaba deixando a saúde do turista, e da população que ali vive, mais vulnerável ao contato com o vírus. Além disso, perde o controle de fluxo de pessoas na região e ainda deixa de arrecadar tributos!
*Adriano Palma Silva, CEO do Faial Prime Suítes