Os indicadores de mortes e de novos casos de covid-19 continuam crescendo de forma expressiva na última semana em Santa Catarina. O número de casos oficiais saltou de 284.982 (12.11.20), para 311.393 (19.11.202), com 26.411 pessoas contaminadas e 137 mortes em apenas uma semana. Conforme análise do último boletim do Necat/UFSC, a fase atual da doença ultrapassou os piores níveis de contágio que tinham sido verificados no auge do surto no final de julho e início de agosto.
Em setembro o ritmo de contágio da doença no estado estava em desaceleração. Mas, em outubro o contágio teve uma reaceleração expressiva e o tempo para se atingir dez mil novos casos ao final de outubro se reduziu para quatro dias, patamar muito semelhante ao verificado no pico do contágio que ocorreu no final de julho e início de agosto.
Na primeira semana de novembro esse tempo se manteve em cinco dias. Na segunda semana de novembro o tempo para se atingir mais 10 mil novos casos foi de apenas 3 dias, igualando esse intervalo de tempo ao início do mês de agosto quando o estado teve seu surto máximo de contaminação. Finalmente, em apenas 2 dias da semana entre 12.11 e 19.11.20 foram notificados mais 10 mil casos. Esse tempo reduzido indica a gravidade atual da situação a qual pode ser medida por meio do elevado grau de contaminação da população catarinense.
Em termos de número de casos, o estado continua no patamar das dez unidades da federação com os maiores números de ocorrências, mantendo-se atualmente na 5ª posição do ranking nacional de registros oficialmente confirmados. Já em termos do número de óbitos, o estado continua figurando em 16º lugar dentre as unidades da federação com os maiores números de mortes.
Média semanal móvel dos óbitos é de 20 mortes por dia
Após o indicador de média semanal móvel de óbitos ter reduzido expressivamente até o final de setembro, quando as ocorrências atingiam 8 casos diários, o estudo constatou que a partir do início de outubro ocorreu uma inversão em seu comportamento com elevações que se tornaram bem mais expressivas nos mês de novembro. Com isso, a média semanal móvel da última semana atingiu o patamar de 20 mortes por dia, indicando uma forte tendência de aumento para os próximos períodos.
Número de mortes por semana de novembro já é o mesmo que o registrado em setembro
O relatório mostra ainda que o número de mortes no estado já alcançou o patamar registrado em setembro, com mais de 100 mortos por semana. Em setembro, o número de mortes por semana atingiu 131 e baixou para 95 no fim do mês. Em outubro, se manteve em 95 na primeira semana e chegou a 65 na última semana do mês. Agora em novembro, o número de mortos na primeira semana foi de 100 pessoas e na segunda 103, e na terceira 123. Veja a série histórica do número de óbitos nos últimos três meses:
Setembro
Na primeira semana de setembro foram registradas mais 117 mortes; na segunda semana do mesmo mês foram registradas mais 131 mortes; na terceira mais 126; e na quarta semana mais 95. Com isso, em apenas quatro semanas de setembro foram registrados mais 470 óbitos. Ao final de setembro foi contabilizado um total de 496 mortes.
Outubro
Na primeira semana de outubro foram contabilizados mais 95 óbitos, enquanto na segunda semana foram contabilizados mais 70 óbitos. Na terceira semana foram contabilizadas mais 59 mortes e na quarta semana mais 65 mortes. Com isso, entre os dias 01.10 e 30.10.20 foram registrados mais 306 óbitos no estado.
Novembro
Na primeira semana de novembro foram registradas mais 100 mortes; na segunda semana foram registrados mais 103 óbitos, enquanto na terceiras mais 123 mortes, números que também estão mostrando uma reaceleração desse indicador.
Ritmo de contágio acelera na Grande Florianópolis, Sul e Vale do Itajaí
Ao analisar o comportamento da doença nas mesorregiões* de Santa Catarina, o estudo aponta que há continuidade da aceleração da curva de contágio na Grande Florianópolis nas primeiras semanas de novembro.E as regiões Sul (11%) e Vale do Itajaí (10%) apresentaram as maiores taxas de crescimento na semana considerada, indicando uma reaceleração do contágio também nesses dois espaços geográficos, inclusive em um ritmo superior ao verificado na Grande Florianópolis (9%).
Nas demais regiões, Oeste, Norte e Serrana, a curva de contágio se estabilizou na última semana nas regiões, que apresentaram taxas de crescimento de cerca 7% no período considerado.
*o estudo utiliza como referência a divisão geográfica de mesorregiões de Santa Catarina conforme a classificação do IBGE