Produtores de feijão catarinense passam por um bom momento em relação ao preço recebido, conforme análise da Epagri. Com mercado aquecido, em agosto os produtores de feijão-carioca receberam preços médios nominais 67% maiores do que um ano atrás. Já para aqueles que cultivam feijão-preto, a elevação foi de 52%.
A baixa disponibilidade para a venda do produto no mercado é um dos fatores que justifica a elevação nos preços, esclarece João Rogério Alves, analista do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa). Outro possível aspecto é o aumento do consumo de produto in natura durante o período de pandemia.
O analista da Epagri relata que os bons preços praticados desde o início desse ano, e a necessidade de promover rotação de culturas nas áreas de lavouras, estão motivando a intenção de plantio da leguminosa por parte dos produtores. “Até a safra passada, a taxa de redução na área plantada com feijão no Estado era da ordem de 5% ao ano. Nesta safra 2020/21, percebe-se manutenção na área plantada em relação à anterior, que atualmente está estimada em 35,7 mil hectares”, descreve João.
Há expectativa de aumento da produtividade média, restabelecendo os patamares normais para a cultura no Estado. Na safra do ano passado, em função dos efeitos da estiagem, a colheita foi parcialmente frustrada nas principais regiões produtoras. Para essa 1ª safra catarinense de feijão, é esperado um incremento de 16,3% no rendimento médio, passando dos 1.748 kg/ha obtidos na safra 2019/20, para 2.033 kg/ha.
Plantio por região
Nas regiões mais quentes do Estado, próximas ao litoral, o plantio da 1ª safra de feijão avança rapidamente. Até a primeira semana de setembro, nas microrregiões de Ituporanga e Rio do Sul, que respondem por aproximadamente 4% da área estadual cultivada, cerca de 70% foi semeado. Nas microrregiões de Araranguá, Criciúma e Tubarão, que respondem por 4,2% do total plantado, o cultivo estava efetivado em cerca de 24% da área destinada à cultura.
Nas regiões mais frias do Estado, os plantios do feijão 1ª safra ocorrem mais tarde. Nas microrregiões de Canoinhas e São Bento do Sul o cultivo normalmente se inicia na segunda quinzena de setembro. Nas microrregiões de Curitibanos, Joaçaba e Campos de Lages os plantios devem iniciar a partir da segunda quinzena de outubro. Ainda segundo o analista, o plantio tardio nessas regiões procura evitar período em que variações bruscas de temperatura e geadas tardias ainda podem acontecer, o que prejudicaria a emergência das plantas.
Segundo a Epagri, em todo o Estado, cerca de 4% da área total destinada ao plantio de feijão 1ª safra já foi semeada. No campo, as condições de lavoura são consideradas boas. A ocorrência de chuvas, intercaladas com períodos com menor precipitação, tem favorecido o desenvolvimento da cultura. Contudo, em algumas regiões do Estado a falta de chuvas já preocupa e tem dificultado a implantação das lavouras de verão.