A pandemia de coronavírus não apenas colocou a maioria da população no Brasil em casa, como impediu o retorno de milhares de cidadãos ao solo brasileiro. Tentando amenizar o contágio do vírus, diversos países restringiram o deslocamento de estrangeiros e, além do fechamento de fronteiras terrestres, fatores como exigência de atestados sanitários, redução de voos comerciais e desvalorização do real complicaram ainda mais a repatriação de brasileiros.
Para retornar, muitos procuraram o Itamaraty, que trouxe aproximadamente 23 mil brasileiros de volta até o momento. Outros 4 mil aguardam ajuda para voltar ao Brasil. Em Santa Catarina, 91 pessoas foram repatriadas e 34 estão recebendo auxílio da Secretaria Executiva de Assuntos Internacionais (SAI) com o mesmo objetivo.
Conheça as histórias
Entre os catarinenses que conseguiram repatriação, estão jovens estudantes de Medicina e Enfermagem na Bolívia. Com o agravamento da disseminação do vírus na América do Sul, os bolivianos restringiram o trânsito nas fronteiras terrestres, deixando passar somente veículos com autorização.
Nesse contexto, muitos estudantes ficaram desamparados e sem condições de voltar. A fim de resolver o problema, eles entraram em contato com a SAI e pediram ajuda.
Após a tramitação de um ofício no Ministério das Relações Exteriores e articulação com a Embaixada do Brasil na Bolívia, foi possível organizar o retorno.
Em 9 de abril, uma estudante de Enfermagem de Gaspar conseguiu voltar. Outros quatro estudantes, de Chapecó e Balneário Camboriú, retornaram, em 23 de abril, e mais quatro pessoas em 3 de maio. No último grupo, um senhor de 74 anos, que ficou na Bolívia para acompanhar sua filha que estuda Medicina, também retornou.
Catarinenses também chegaram do Chile e dos Estados Unidos. No primeiro caso, um um pequeno grupo procurou a Secretaria com dificuldades para retornar em função do cancelamento de voos. Eles foram alocados na reserva de um voo comercial disponibilizado excepcionalmente para o Brasil, voltando para Santa Catarina em 15 de maio.
Nos Estados Unidos, com dificuldade para achar voos e retornar, a mãe de um menor de idade entrou em contato com a SAI. A companhia aérea que vendeu a passagem havia suspendido as operações durante a pandemia e adiado a saída em mais de dois meses.
Sem condições de manter o filho no exterior por um período tão prolongado, a mãe procurou ajuda. A Secretaria, então, buscou companhias aéreas em funcionamento e auxiliou na realocação da passagem. Com isso, o reencontro de mãe e filho se concretizou em 8 de maio.