A promotora Darci Blat, da 26ª Promotoria de Justiça do Ministério Público de Santa Catarina, instaurou notícia de fato para apurar possível ilegalidade na contratação, por dispensa de licitação, do Hospital Mahatma Gandhi para promover a instalação do Hospital de Campanha anunciado pelo governo Santa Catarina na cidade de Itajaí. A estrutura vai custar R$ 76,9 milhões, com 100 leitos de UTI, em um período de seis meses de funcionamento.
A contratação levantou suspeitas após ser apontada uma suposta ligação entre o secretário da Casa Civil, Douglas Borba, e o advogado Leandro Adriano de Barros, que atuou em diversos processos do Hospital Mahatma Gandhi.
Adriano de Barros foi secretário de Saúde de Biguaçu e seria amigo pessoal de Borba, segundo fotos dos dois que circulam pela internet.
A contratação do hospital levantou suspeitas após o Instituto Nacional de Ciências da Saúde entrar na Justiça com um pedido de anulação da contratação do hospital Mahatma Gandhi. O Instituto argumentou que mesmo apresentando uma proposta mais vantajosa —no valor de R$ 56 milhões— o governo o desclassificou, em tese, beneficiando a concorrente.
A liminar chegou a ser aceita pela Justiça, por decisão da desembargadora Vera Copetti. Após reexame e de novas informações prestadas pelo chefe da Defesa Civil do Estado, João Batista Cordeiro Junior, a própria desembargadora suspendeu a decisão liminar garantindo prosseguimento da negociação.
Em nota, o Ministério Público de Santa Catarina informou que “não participou de qualquer tomada de decisão em relação à contratação do hospital de campanha em Itajaí”.
Procurado, o secretário Douglas Borba disse que não vai comentar o assunto.