Em nova rodada de conversas com setores produtivos, na tarde desta sexta-feira, 3, o governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL), afirmou que vai analisar os pedidos de “relaxamento” da quarentena e sinalizou com a possibilidade de reabertura de alguns estabelecimentos já na próxima segunda-feira, dia 6.
“No fim-de-semana estaremos estudando regras para que trabalhadores autônomos, profissionais liberais, consultórios de saúde e clínicas – importante grupo da atividade econômica – possam retomar atividades na 2a feira”, escreveu Moisés em sua conta no Twitter.
O presidente da Federação das Associações Industriais e Comerciais (Facisc), Jonny Zulauf, também confirmou as negociações. Zulauf informou ainda que a liberação dos bancos, que ocorreu no último dia 30, tem causado tumulto nas portas das agências, motivo pelo qual a reabertura do comércio é encarada com certas reservas.
Na quarta-feira, 1º de abril, Moisés anunciou a liberação dos setores ligados à construção civil, incluindo comércio e obras privadas.
Nas últimas semanas o governador tem enfrentado forte pressão dos setores empresariais e dos deputados para anunciar medidas para conter os impactos da pandemia também na economia catarinense. Moisés chegou a anunciar a reabertura de comércios não essenciais, como shoppings centers e academias, mas a notícias teve repercussão negativa, principalmente entre os grupos ligados à Saúde e a população contrária ao afrouxamento da quarentena, e ele voltou atrás.
Moisés chegou a justificar e a extensão da quarentena com a manutenção do comércio fechada se deu por falta de apoio do governo federal, e voltou a ser contestado, desta vez por apoiadores de Bolsonaro e por parlamentares catarinenses da base do governo federal. De fato, o Estado já tinha recebido R$ 14 milhões e Moisés disse ter sido mal interpretado.
Racha com bolsonaro
E a tensão entre os apoiadores de Bolsonaro e o governador voltou a com toda força esta semana após o presidente criticar nominalmente o governador de Santa Catarina. “Este Carlos Moisés, pelo amor de Deus, se elegeu com o nome, é mais um que se elegeu com o meu nome, o dono do Estado, é um outro país. Agora as consequências estão aí”.
Em vídeo publicado nas suas redes, sem se referir diretamente ao episódio, Moisés afirmou:”Os Estados precisam de apoio rápido do Governo Federal para enfrentar esta pandemia. Estimamos que o custo das ações aqui irá superar R$ 1,3 bilhão.
Por Fábio Bispo