Acabou há pouco a participação do ex-governador Raimundo Colombo (PSD) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Ponte Hercílio Luz. Colombo compareceu na condição de convidado, e não de convocado, e demonstrou tranquilidade nas respostas, algumas repetitivas, feitas pelo deputado Bruno Souza (sem partido), relator da CPI.
Conduzido pelo presidente da comissão, deputado Marcos Vieira (PSDB), o depoimento do ex-governador durou cerca de uma hora. Ele estava acompanhado de parlamentares de seu partido – Ismael dos Santos e Milton Hobus – e do MDB, partido que fez parte de seu governo – Ada de Luca, Jerry Comper, Luiz Fernando Vampiro e Valdir Cobalchini, sendo que os dois últimos exerceram o cargo de secretários de Infraestrutura no período Raimundo Colombo/Eduardo Moreira.
Além destes, na galeria estavam o advogado Nelson Serpa (PSD), ex-procurador-geral do Estado e ex-secretário da Fazenda e da Casa Civil no período, João Carlos Eckel (MDB), também ex-secretário da Infraestrutura, e João dos Passos, também ex-procurador (de carreira) do Estado. “Isso é uma coisa muito bonita, porque não se faz um governo sozinho. E em um momento como esse você perceber que a equipe que esteve junto veio para respaldar a sua presença e as informações transmitidas, é o que vale a pena na vida pública”, observou Colombo.
No primeiro ele fez uma breve explanação. Falou do grande número de demandas que recebeu por mobilidade de todas as regiões catarinenses ao tomar posse, do tempo necessário para conhecer a máquina pública estadual, das dificuldades que teve com a empresa que estava tocando a recuperação da ponte e dos diferenciais da obra. “Na verdade, não é uma recuperação, mas uma restauração”, disse, exemplificando que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) exigia detalhes como rebites no lugar de parafusos, para evitar a descaracterização.
Colombo também destacou por mais de uma vez o êxito do trabalho de Passos e Serpa ao conduzirem o encerramento de contratos por falta de condições de empresas vencedoras de licitações de tocarem obras, não só a da ponte, mas de várias outras. E afirmou que em seu período de sete anos de governo o Deinfra suspendeu mais contratos do que nos anos anteriores da autarquia.
Questionamentos
O deputado Bruno Souza fez uma série de questionamentos dentro do contexto da CPI da Ponte Hercílio Luz, com base em documentos e matérias de jornais. Insistiu bastante no que expressou como demora por parte do governo de encerrar o contrato com empresas que tinham produção muito abaixo do esperado e do projetado.
Souza perguntou sobre aditivos, sobre datas e, ao final, disse estar satisfeito com o resultado. “Foi importante para ouvir sobre decisões de governo. É uma peça a mais que se junta ao nosso relatório, que será entregue no dia 2 de dezembro. As informações que o chefe do Executivo à época trouxe ajudam a construir a nossa tese para possamos chegar na verdade dos fatos.”